fbpx
Você está lendo
Festivais deveriam olhar com mais carinho para a música preta

Festivais deveriam olhar com mais carinho para a música preta

Cantoras negras dominaram o Palco Sunset do Rock in Rio nesta sexta-feira (20)

Avatar de Ludmilla Correia
A cantora Gloria Gaynor

Nesta segunda sexta-feira (20) de Palco Sunset foi dominado por vozes pretas. Com line up totalmente feminino, o chamado Dia Delas foi marcado pela representatividade e não apenas de gênero.

O trio Luedji Luna, Tássia Reis e Xênia França foi o responsável por abrir os trabalhos. Pelo Sunset ainda passaram a sul-africana Tyla, dona do hit “Water”, a diva norte-americana Gloria Gaynor e a popstar brasileira IZA que encerrou com chave de ouro como headliner.

Veja também
Luedji Luna abriu o Palco Sunset (Roberto Filho/Brazil News)

“Acho muito legal a gente estar aqui no Dia Delas celebrando mulheres pretas, celebrando a música brasileira. Nossa cultura, nossa arte ao seu modo, e de forma tão individual”, disse Tássia Reis em entrevista à Billboard Brasil.

Se nesta sexta vozes pretas dominaram um dos palcos principais do maior festival de música e entretenimento do mundo, na noite anterior o cenário foi bem diferente. O Dia Pop foi lotado de artistas brancos –à exceção improvisada de Will Smith– que devem muito a artistas negros.

Foi o caso do headliner, Ed Sheeran, que interpretou “Superstition”, de Stevie Wonder, e “Ain’t no Sunshine” de Bill Withers. Já Charlie Puth fez a cidade do rock cantar a sua “Marvin Gaye”, enquanto Joss Stone homenageou Chic, Patrice Ruschen e Cheryl Linn. Teria sido melhor ver os originais ainda vivos dessa extensa lista.

Mas iniciativas para promover a diversidade ainda são raras. Em 2023, por exemplo, o festival Rock The Mountain montou um line up 100% feminino. Já o Afropunk, fazendo jus ao nome, privilegia artistas negros. No entanto, considerado o mapa de festivais em nosso país e a importância da música preta para a música pop nacional e internacional, essas iniciativas parecem não bastar.

O próprio trio formado Luedji Luna, Tássia Reis e Xênia França, unidas em um show 3×1, poderiam, separadamente, fazer shows belíssimos. Liniker, dona de um dos maiores lançamentos do ano, “Caju”, brilhou em uma pequena participação no show de Ivete Sangalo. Elas podiam, e deveriam, ser mais bem aproveitadas no line up.

Com isso, a sensação que fica é que só se olha para a música preta quando é oportuno, para dar ao festival a marca da diversidade. No entanto, enquanto artistas brancos sem tanto brilho continuarem tirando espaço de artistas pretos prontos para brilhar nos palcos principais, essa iniciativa parece apenas artificial.

Mynd8

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
Todos os direitos reservados. By Zwei Arts.