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Solange Almeida: “Foram muitos nãos até eu atingir o sucesso”

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Solange Almeida: “Foram muitos nãos até eu atingir o sucesso”

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No Recife, um dos berços do forró, Solange Almeida concedeu uma entrevista exclusiva à Billboard Brasil. Com oito milhões de seguidores nas redes sociais, a ex-integrante dos Aviões do Forró é uma força incontestável na cena forrozeira do Brasil. Nesta conversa franca, a cantora compartilhou suas experiências de ter feito parte de nove bandas antes de se lançar como artista solo, bem como as adversidades que enfrentou: disse que os “nãos” recebidos a transformaram em uma artista determinada e resiliente.

Solange também discutiu a transição de estar em uma banda para a carreira solo, com a liberdade e responsabilidade que isso traz. Além disso, falou sobre sua longa amizade com a cantora Ivete Sangalo e esclareceu recentes polêmicas envolvendo o uso de cigarro eletrônico, transmitindo uma mensagem importante sobre os perigos desse hábito.

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Você fez parte de nove bandas até se lançar como artista solo. Como essas múltiplas experiências te ajudaram na formação como cantora?

Comecei a cantar profissionalmente com 12 anos. De lá para cá, enfrentei muitas coisas que nem todo mundo teria peito para enfrentar. Foram muitos “nãos”, foram muitas portas batidas. As pessoas diziam “você não vai conseguir, sua voz não é uma voz comercial”, “porque sua voz é muito grossa, se assemelha com a voz masculina”. Eu ouvi muita coisa, e em alguns momentos pensei em desistir, de verdade.

Me senti enfraquecida, mas aí parei e pensei que todas as vezes que surge um desejo no nosso coração é porque a gente pode realizar. Tinha dias que eu não tinha o que comer, tinha dias que eu não tinha dinheiro para pegar a condução, mas todos os perrengues que eu passei me fizeram chegar até aqui. Eu faria tudo de novo, porque cada coisa que eu vivi de boa ou de ruim me fez ser a Solange cheia de força, cheia de otimismo, cheia de esperança em dias melhores, sabe? Então, cada banda que eu passei, cada “não” que eu recebi foi para construir tudo que eu construí.

É muito diferente fazer parte de uma banda em comparação com lançar-se numa carreira a solo?

A responsabilidade aumenta um pouco. O bom de estar numa banda é que você tem todo um alicerce como tive durante quase 15 anos com os Aviões do Forró. Era bem mais fácil no sentido de que eu não escolhia a música para cantar. O que eu me preocupava era chegar no ensaio e passar as músicas, porque já estava tudo pronto. Eu não tinha que ver logística, não tinha que ver uma série de coisas.

Já no projeto solo, querendo ou não, toda a responsabilidade virou minha. Eu gosto de estar envolvida em tudo, gosto de ver a logística, eu gosto de estar no mesmo hotel que a minha banda. A mesma qualidade que eu tenho, eu quero que eles tenham. Se for para comer, a gente come tudo igual no mesmo lugar. A responsabilidade é maior, mas também a liberdade é outra, né? Hoje eu posso decidir onde eu canto, com quem eu canto, se eu faço show, se eu não faço. Para você ter ideia, só neste ano vou tirar minhas terceiras férias. Isso é maravilhoso.

Em 2023, você completou seis anos de carreira solo. Como você avalia esse período?

Foi muito desafiador e é desafiador todos os dias. Porque, como mulher cantora de forró, infelizmente ainda existem alguns paradigmas a serem quebrados. Mas foram anos incríveis de experiências incríveis. Algumas tristes, mas é como eu disse, quando me dão um limão eu faço uma limonada.

Mas foi maravilhoso, o número de fãs cresceu, o número de shows cresceu, além da liberdade de cantar quando eu quero. No meu aniversário eu não canto, eu comemoro o aniversário dos filhos, eu comemoro dia das mães. Estou com a família, então foi uma mudança necessária naquele momento. Eu já estava cansada de abrir mão da minha família, abdicar de coisas que eu acho primordiais na minha vida. E hoje eu coloquei todas essas coisas em primeiro lugar, a família vem em primeiro lugar.

A Ivete Sangalo costuma dizer que sua voz é uma das maiores do país. Neste ano, você gravou “Cria da Ivete” para o Carnaval. Como é a relação de vocês?

A Ivete é uma amiga muito querida que Deus me deu em 2006. Nós já temos 17 anos de amizade, de lá para cá ela só se fortifica. Todos os anos no Carnaval entra o maior número de músicas dela no meu repertório. A Ivete, além de ser uma das grandes cantoras de axé do Brasil e da música popular brasileira, costuma lançar músicas especificamente para o Carnaval. E aí eu sempre coloco.

A gente tem uma energia muito parecida, nós somos muito parecidas em tudo. Começamos a cantar na mesma época. O primeiro programa de televisão que ela cantou foi o mesmo que eu. E o interessante é que a música que ela cantou pela primeira vez num programa de televisão foi a mesma música que eu. A gente foi descobrindo isso no decorrer da amizade. É uma amizade linda que a gente não se vê todo dia, que a gente não se fala todo dia. Mas eu acho que amizade é isso, é quando mesmo longe você se respeita, você ama, mas quando você encontra aquela pessoa nada mudou.

Você esteve nas manchetes recentemente por conta de uma entrevista sobre cigarro eletrônico. O que aconteceu realmente?

Foi a semana mais louca que eu tive assim nos últimos anos, me paravam nos aeroportos para saber da minha saúde. A reportagem infelizmente foi feita de uma forma irresponsável. Acho que o início da matéria deveria ter dito que eu tive problemas com cigarro eletrônico há dois anos, não agora. Fui usuária do cigarro eletrônico por quase um ano, usei mais ou menos 9 meses. Foi uma experiência sedutora no início. Porque como falei, vi meus amigos usando e perguntei o que era. Eles me disseram: “fica tranquila, não tem nicotina, é a base de água e essências”. Que fique claro que o cigarro eletrônico contém nicotina, além de outros elementos que causam dependência.

Comecei a usar e infelizmente eu fiquei viciada naquilo. Aquele objeto pequeno estava espalhado em toda a minha casa. Só que eu já estava começando a sentir mudanças no meu paladar, já não conseguia sentir o gosto dos alimentos. É muito pior que o cigarro normal, ele mata mais e prejudica mais. Fui usuária, me arrependo completamente. Espero que essa matéria seja replicada de forma consciente e que abra a cabeça dos jovens, eu vejo muitos jovens usando. Eu tive problemas com pulmão, eu tive problemas com as cordas vocais, graças a Deus todos superados.

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