Tyla: de revelação a líder de um movimento, por que devemos ficar de olho nela?
A cantora é uma das recentes revelações da música internacional


Ela tinha uma garrafa de água, uma coreografia e um sonho. Em 2023, quando Tyla estourou com o hit “Water”, talvez não imaginava que, em pouco tempo, cantaria em um festival tão grande como o Rock in Rio ou então seria porta-voz e defensora dos ritmos africanos pelo mundo.
Natural de Edenvale, na África do Sul, a jovem de 22 anos é apontada com uma das promessas da música internacional. Ela canta, dança, entrega looks e encanta o público com suas performances – todos os quesitos de uma diva. Mas não do pop, e sim do amapiano, gênero de origem sul-africana que mistura deep house, jazz e kwaito.
“Me lembro de quando comecei e, obviamente, tentaram me fazer pop, mas [faz careta e sinaliza negativamente] não era quem eu sou”, contou em entrevista à Billboard Brasil.
Um ano após o seu estouro, ela já acumula prêmios importantes em seu currículo. Em 2023, ganhou o BET Awards como artista revelação. Agora em 2024, foi premiada como o Grammy na categoria melhor performance africana e também faturou um VMA.
“O fato de o Grammy ter aberto essa categoria mostra como afrobeats é incrível e abriu tantas portas para nós. Isso mostra como nossa cultura e música estão se tornando gigantes”, celebra.
Mas nem tudo são flores. Assim como muitas vezes colocam o funk, trap, rap e reggaeton sob o guarda-chuva de música urbana, o mesmo é feito com diferentes estilos de ritmos da África – a tendência é acoplar tudo dentro do afrobeats. Tanto que, na premiação da MTV, ao ganhar o prêmio de melhor afrobeats, seu discurso ao receber o troféu causou impacto.
“Isso é muito especial, mas também é amargo, porque sei que existe uma tendência de agrupar todos os artistas africanos em afrobeats. Ainda que o afrobeats tenha dominado o cenário e aberto muitas portas, a música africana é muito diversa, é mais do que apenas afrobeats. Eu venho da África do Sul, eu represento o amapiano, minha cultura”, disse ela na época.
Tyla celebra a importância e o crescimento dos ritmos africanos, mas defende em dar o nome correto às coisas, e não misturar em uma única caixinha. “A música africana é diversa, e, mesmo com o reconhecimento que estamos recebendo, sinto que isso precisa ser feito da maneira certa para fazer justiça. Acho que, de certa forma, acaba ofuscando alguns gêneros quando tudo é colocado em um único grupo”, pontua.
Ao ser questionada sobre se considerar em ser a porta-voz ou líder de um movimento, ela faz a modesta. “Eu não vou dizer uma líder completa. Estou literalmente falando do meu coração, sem tentar ser nada, além de expressar algo que eu realmente sinto e acredito de verdade”, reflete.
Apesar da simplicidade, a jovem sabe o movimento que está criando e como inspira meninas e mulheres ao redor do mundo. “Estou ao lado de todas as meninas ao redor do mundo. Quero que elas olhem para mim e saibam que podem chegar lá. Elas podem fazer qualquer coisa que imaginarem, que não há limites.”
Da África do Sul para o mundo
Tyla Laura Seethal descobriu seu amor pela música ainda na infância, quando participava de concursos de talentos na escola. Aos 9 anos, começou a publicar vídeos de suas apresentações no YouTube.
Em 2018, com apoio de um empresário, começou a adentrar na indústria fonográfica profissionalmente. Em 2019, fez o seu debut com a música “Getting Late” e dois anos depois assinou um contrato com a Epic Records.
Tyla viralizou na internet com “Water”, single impulsionado por sua batida vibrante e uma coreografia que envolvia uma garrafa de água, reproduzida milhares de vezes em 2023. Com a faixa, a cantora se tornou a primeira sul-africana a emplacar uma música no Billboard Hot 100 norte-americano desde 1969. No Brasil, não foi diferente, por semanas, ela também esteve presente no Billboard Brasil Hot 100.
Inicialmente, o impacto do hit e pressão de ser uma “one hit wonder” assustou a jovem. “Naturalmente as pessoas vão colocar ela [a pressão] em você. “Water” foi tão grande naquele momento, foi tão assustador”, revelou.
Mas a jovem não tem muito o que se preocupar. Agora em março, ela lançou seu álbum de estreia, o homônimo “Tyla”. O projeto conta com boas canções no qual ela nos apresenta mais do amapiano.
Com pouco tempo de estrada e tantas conquistas, ela pode ficar tranquila, seu nome ainda vai ecoar muito pela música internacional.