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MC Luanna mudou de vida com um ‘Kit Rosa’ e virou referência no trap

MC Luanna mudou de vida com um ‘Kit Rosa’ e virou referência no trap

A cantora saiu da Bahia para os telões da Time Square como destaque do Spotify

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Como um passe de mágica, MC Luanna viu a sua vida se transformar em diante de seus olhos. Aos 29 anos, Luanna Santos Oliveira é uma das grandes referências para as mulheres no trap. Ela saiu da Bahia para os telões da Times Square como artista Radar do Spotify e agora está na terceira capa da Billboard Brasil.

Ao comprar um “Kit Rosa”, a MC  ganhou o título de seu primeiro sucesso, mas também ressignificou tudo o que achava que não era para si. Além ditar tendencias, ela mudou as perspectivas e pensamentos para diversas meninas negras.

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Confira a entrevista completa com MC Luanna para a edição de dezembro da Billboard Brasil.

Billboard Brasil: Como você enxerga o ano de 2023 para a música urbana?
MC Luanna: Foi surreal, vários artistas se tornando nomes globais. Isso trouxe uma perspectiva de aonde eu posso chegar.

Quando você percebeu que a música era uma possibilidade?
Quando deu certo para um amigo, o Dfideliz. Vi a vida dele mudar na minha frente.

O rap e o trap são o novo pop, conquistando especialmente os jovens. Por quê?
É a linguagem, não tem maquiagem nas palavras. Uma coisa que aproxima é enxergarem que somos iguais, viemos do mesmo lugar. A galera consegue ver isso nas minhas letras.

Da Bahia para a periferia de São Paulo e para a Times Square: as coisas mudaram muito rápido na sua vida, isso te assusta?
Muito, tem um ano que saí da CLT para ser só MC Luanna. De funcionária eu virei uma empresa. Às vezes fico confusa. Moro na favela e não mudei o meu estilo de vida.

Você é uma inspiração para muitas mulheres. Se imaginava nesse lugar?
Nunca, sou muito tímida. A música me escolheu, não era o meu sonho. Mas nas primeiras músicas que gravei as pessoas se identificaram, porque eram um desabafo.

Quem te vê no palco não imagina que você seja tímida. Como é essa dualidade?
As duas personalidades se completam. A Luanna é tímida, já a MC não tem medo de nada. Quando subo no palco, eu me transformo.

Com “Kit Rosa” você ressignificou a cor para muitas garotas. Como é ser uma criadora de tendências?
É muito doido. Minhas músicas são como uma terapia. Cresci achando que rosa não era para pessoas negras, porque existe esse visual rosa-Barbie, branca e loira. A imagem de uma patricinha não bate com quem é da periferia.
Comprei esse kit de top e shorts cor de rosa em Salvador, e ele mudou a minha vida. Mudou a visão de tudo o que eu achava que não era para mim.

Você sofre muito machismo por conta das suas letras?
O mercado é machista. Os cachês e horários de line up são totalmente diferentes para as mulheres. Somos tratadas como cota. Às vezes, acesso lugares onde sou a única mulher, e isso tem uma dor muito grande. Parece chato, mas toda hora precisamos falar sobre isso. Os homens também deveriam falar, sabe? Têm mais voz e estão em um espaço que vamos demorar para chegar.

Vendo os números e as paradas é uma diferença muito grande.
Muito! E não é por falta de talento e espaço. A música tem lugar para todos, mas é algo que acontece nessa indústria.

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Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
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