Por quê Ludmilla abandonou o nome artístico ‘MC Beyonce’?
Não olha pro lado quem tá passando é o processinho de propriedade intelectual
Era 2014 e Ludmilla se preparava para lançar o álbum “Hoje”, pela gravadora Warner. A cantora havia chamado a atenção pela lírica de “Fala De Mim”, dos icônicos versos “não olha pro lado / quem tá passando é o bonde / se ficar de caozada / a porrada come”.
Não tão menos icônico era seu vulgo artístico: a cantora atendia pela alcunha MC Beyonce.
E mal sabia ela que, quase dez anos depois, estaria cara-a-cara com Beyoncé, em Salvador: a autora de “RENAISSANCE”, inclusive, aproveitou para dizer que já conhecia a ex-MC Beyonce.
Mas a assinatura do contrato que marcava sua saída do mercado independente do funk também a retirou o nome artístico. Parecia um movimento triste. Já que a cantora havia, de certa forma, consolidado-se pela alcunha, pelas suas tentativas de cantar em inglês e por essa entrevista icônica à Marília Gabriela (repare no colar):
“Eu estive aqui. Eu fiz tudo o que eu queria e foi mais do que pensei que seria” te amo queen b ❤️ pic.twitter.com/HamQ89ndGP
Fã de Beyoncé Knowles, a cantora teve que abandonar a homenagem por questões de propriedade intelectual. E não foi por causa da Beyoncé original. Quando migrou para Warner, Ludmilla rompeu com MC Roba Cena, então empresário da cantora. Era ele o detentor da marca “MC Ludmilla”, uma prática muito comum no funk. Por outro lado, a gravadora matava dois coelhos com uma cajadada só: impedia uma briga pelo direito do nome e, por outro lado, não iria concorrer com uma gigante já estabelecida como Beyoncé.
A mudança do nome ocorreu oficialmente durante o programa “Esquenta”, também em 2014. A apresentadora Regina Casé até tentou emplacar “MC Milla”, mas foi “MC Ludmilla” a opção mais querida pelo público em uma eleição de brincadeirinha feita no palco. “Ela me ajudou muito, a mudança foi no programa dela. E depois minhas outras músicas foram caindo na graça das pessoas.”, disse a cantora sobre a apresentadora.