“Paul, toca Raul! Melhor ainda, toca aquela do disco…”
Canções que a gente adoraria que o ex-Beatle incluísse em seu repertório
As apresentações de Paul McCartney são irretocáveis. Um desfile do que existe de melhor na música pop, em quase três horas de duração. Os fãs de primeira hora, no entanto, sentem falta de certas músicas do repertório do ex-Beatle –e não estamos falando de “Yesterday”. Músicas de sucesso estrondoso, outras pequenas jóias incrustadas em seus discos de carreira e canções que viraram até hit de samba-rock. Aqui, uma pequena lista de músicas para um show lado B de Paul.
“Things We Said Today” (1964)
Canção de “A Hard Day`s Night”, trilha do primeiro filme dos Beatles, também de 1964. É um daqueles casos em que, embora tenha sido assinada por Lennon & McCartney, é apenas de Paul. Uma canção simples que fala de um namoro à distância. “Things We Said Today” fez parte da performance do ex-Beatle no Rio, em 1990, e foi tocada ao vivo pela última vez em 2022.
“Michelle” (1965)
Uma das canções mais simpáticas de “Rubber Soul”, disco que deu início à fase de amadurecimento musical dos Beatles. O dedilhado é inspirado na guitarra de Chet Atkins, pioneiro do rock. Está fora do repertório desde 1995, embora ele a toque ocasionalmente –em 2010, para a ex-primeira dama americana Michelle Obama, e uma ou outra performance em terras francesas.
“Penny Lane” (1967)
Claro que está muito longe de ser um lado B. Mas ela não faz parte do repertório de Paul desde 2015. Escrita em homenagem à famosa rua de Liverpool, onde Paul, John Lennon e George Harrison se encontravam, ela é famosa pelo solo de trompete piccolo, que o Beatle conheceu depois de assistir na TV uma exibição dos Concertos de Brandenburgo, de Johann Sebastian Bach.
“The Fool on the Hill” (1967)
A canção faz parte de “Magical Mistery Tour”, uma equivocada produção dos Beatles sobre uma viagem de ônibus pela Inglaterra. É uma típica balada “mccartiana”, com melodia tocada ao piano e refrão forte. Paul a tocou durante sua estreia em palcos brasileiros, em 1990, e depois na turnê de 2001/2002. Mas nunca retomou a música em suas apresentações.
“The Long and Winding Road” (1970)
Paul McCartney nunca gostou da versão original da música. Ele odiava o coro e a orquestração colocados pelo produtor Phil Spector. É uma canção feita sob o efeito do rompimento do ex-Beatle com a namorada Jane Asher. “The Long and Winding Road” fez parte do show de Paul no Maracanã, em 1990, mas tem sumido de suas performances –a última vez foi em abril de 2016.
“My Love” (1973)
Faixa de “Red Rose Speedway”, é uma das muitas canções de amor que Paul fez para Linda McCartney. É famosa também pelo solo de guitarra de Henry McCullough. O ex-Beatle alternava “My Love” com “Maybe I’m Amazed”, outro hino para Linda. Mas nos últimos tempos tem deixado “My Love” de lado. Sua última performance foi em dezembro de 2011, na Suécia.
“Bluebird” (1973)
Balada acústica, ela faz parte de “Band on the Run”, disco histórico do repertório dos Wings. Acústica, ela foi escrita em 1971, durante uma temporada de férias do cantor na Jamaica. Uma canção de amor, nos anos 1990, virou uma espécie de manifesto pela defesa dos animais. Foi tocada ao vivo pela primeira vez –ora, vejam!– em Porto Alegre, em 2010. E pela última vez em 2017.
“Silly Love Songs” (1976)
Um dos carros-chefe do disco “Wings at the Speed of Sound” e uma das mais emblemáticas do repertório do grupo. É uma resposta aos críticos que achavam o seu trabalho “muito açucarado”. “Algumas pessoas querem encher o mundo com tolas canções de amor/ Qual o problema nisso”, diz a letra? Mas desde 1976, ao final da turnê dos Wings, Paul nunca mais a tocou ao vivo.
“Goodnight Tonight” (1979)
Tem um dos melhores grooves de baixo de Paul McCartney, que traz um gostinho de soul e disco music. Saiu somente em compacto –os Wings passavam por momentos turbulentos–, mas é um dos maiores hits dele em solo brasileiro. Paul, contudo, nunca deu muita bola para a canção. Ele a tocou apenas uma vez, em 2012, e depois nunca mais a retomou.
“Coming Up”(1980)
Ela foi o primeiro single de “McCartney II”, segundo disco totalmente solo do popstar inglês, onde ele tocou todos os instrumentos. Mas no Brasil, a versão mais popular foi a de uma gravação ao vivo de Paul e os Wings, gravada antes da dissolução da banda. “Coming Up” fez parte do repertório da primeira vinda de Paul ao país, mas hoje é tocada apenas na passagem de som.
“Check My Machine” (1980)
Mais uma de “McCartney II”. Nunca foi executada ao vivo, embora sempre faça parte dos “esquenta” para as performances do ex-Beatle no Brasil. Tem uma trajetória curiosa: caiu no gosto dos DJs de bailes de samba rock de São Paulo e foi gravada por um grupo do gênero, o Sandália de Prata. Não é que funciona que é uma beleza nas pistas de dança?
“One of These Days” (1980)
Uma das prediletas desse redator. Foi criada a partir da visita de um hare krishna no estúdio. “A vibração foi boa e senti necessidade de escrever algo mais gentil”, relata Paul McCartney, no libreto de “McCartney II”. A letra, linda, faz uma reflexão sobre a vida. Paul, contudo, jamais a tocou ao vivo.
“My Brave Face” (1989)
“Flowers in the Dirt” foi o disco que trouxe Paul McCartney de volta ao jogo depois de uma sucessão de discos equivocados. Essa aqui é uma das melhores de sua fase recente, parceria de McCartney com o cantor e compositor Elvis Costello. Foi justamente disso que marcou a primeira vinda do ex-Beatle ao Brasil. Mas depois da turnê desse álbum nunca mais a tocou.
“Songs We Were Singing” (1997)
Ela faz parte de “Flaming Pie”, um disco particularmente doloroso para o ex-Beatle. Linda McCartney, mulher de Paul, foi diagnosticada com câncer. A produção foi iniciada por George Martin, lendário produtor dos Beatles, mas foi completada por Jeff Lynne –que veio do sucesso de “Cloud Nine”, de George Harrison. Nunca foi tocada ao vivo.
“Jenny Wren” (2005)
A canção faz parte de “Chaos and Creation in the Backyard”, um dos discos mais diferentes de Paul McCartney. Tem produção de Nigel Godrich, de Beck e Radiohead, e Paul tocou praticamente todos os instrumentos. “Jenny Wren” é uma balada delicada, inspirada em “Nosso Amigo em Comum”, livro do inglês Charles Dickens. Só tocou na turnê de 2005.