fbpx
Você está lendo
O hype que levou quase 15 mil pessoas para ver o Keinemusik em São Paulo

O hype que levou quase 15 mil pessoas para ver o Keinemusik em São Paulo

Produtores e público festejam (e discutem) sucesso do evento no Anhagabaú

Avatar de Billboard Brasil
keinemusik sao paulo

Quando o duo Adam Port e &me anunciou apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, a internet que gosta de eletrônica ficou em alerta —como sempre faz quando uma atração rara no país confirma algum show. Mas a dupla também chamou a atenção de muita gente que ouve música eletrônica de outras formas que não no front: no TikTok, na loja de roupa de departamento, fumando um narguilé na tabacaria. E, não à toa, os fundadores do selo alemão Keinemusik levaram quase 15 mil pessoas ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

“O dia 23 de novembro de 2024 será sempre lembrado por mim e pelas quase 15 mil pessoas que se reuniram conosco no coração de São Paulo para celebrar a música eletrônica”, comemora Paulo Jardim, da Gaz.Events e do Grupo Live, responsáveis pela vinda do duo.

VEJA TAMBÉM
Alok

De fato, as imagens em ambas as cidades impressionam —no Rio, a dupla fez show na Caminho Niemeyer, ao lado do Museu do Amanhã, no centro da cidade. Antes do show, as redes sociais se perguntavam coisas que iam muito além da música como, por exemplo, “Com ou Sem Lenço?” ou “12 ideias de Look Keinemusik em 2024”. E, isso, certamente, ajuda a dimensionar o tamanho e o engajamento deles no país.

Responsáveis por hits enormes do afro house (subgênero da house music que, há uns 10 anos, divide espaço na prateleira de cima dos mais consumidos da eletrônica), dois terços do trio (o integrante Rampa não veio ao Brasil) são também sucesso no TikTok. A faixa “Move”, lançada este ano, atingiu mais de 300 milhões de plays só no Spotify, muito impulsionada pela viralização no TikTok.

Mas antes disso mesmo, como frisa Claudia Assef no Music Non Stop, o sucesso deles vai além da viralização e tem a ver com pesquisa. Ela diz: “Quer provas? Bom, um de seus sets mais famosos, nas Pirâmides de Gizé, no Egito, que rolou em 2024 mesmo, tem suporte para dois remixes nacionais: o de Curol para Ogum, do 3030, e o de VXSION para Pontos de Exclamação, da Jovem Dionisio. No EXIT Festival, no ano passado, os caras tocaram ‘Nothing On Me’, de Maz, Apache e Maxi Meraki feat. Tabia”. Esse olhar, menos autocentrado —e, de quebra, com olhar para países que engajam muito, como o nosso, também entra na equação de sucesso do grupo.

Em 2024, para além de nomes como esses, o duo também tocou funk de São Paulo e de Belo Horizonte (deixando aquela pulga atrás da orelha dos ainda incautos fãs de eletrônica que não entendem se funk é ou não música… eletrônica).

@isabelyalvez Tendi nada, do neida funk no keinemusik #keinemusik #keinemusiksaopaulo #fyp #viral #festa ♬ som original – Isabely Alves

De quebra, tocaram interpolações com a música brasileira como “Dance Of The Crab”, do produtor Barry Can’t Swin, que sampleia “A Gira”, do Trio Ternura.

@alvarosantanna_ Keinemusik fazendo historia em sp! @Keinemusik ♬ som original – alvarosantanna_

O hype do Keinemusik

Após o show, os vídeos geraram uma certa polêmica —comum quando um fenômeno de nicho chama a atenção de incautos: muitos celulares, muitas badalação. “Não aguento mais ver um bando de branco com lenço na cabeça no tal do Keinemusik”, disse Gabriel no Twitter/X. “Esse povo jogando hate por puro prazer ou pra engajar jamais faria isso sabendo o que eu tava sentindo aqui. Escuto Keinemusik todo santo dia há quase 2 anos, sonhava c esse momento há tempos e achei tudo maravilhoso e impecável. Se não gostaram não paguem mais, eu vou é de novo!”, contrabalanceou Felipe Amorim, na mesma rede.

Paulo Jardim diz que os sortudos que foram viveram bons momentos. “Todos estavam focados na missão de oferecer a melhor experiência possível para os artistas e o público. Acredito que quem participou do evento pôde perceber o cuidado e a paixão que dedicamos a este projeto”, afirma.

As redes sociais também se agitaram com o tal do hype.

“Não estou generalizando, mas já vi isso [hype momentâneo] acontecendo várias vezes. Olha, por exemplo, a Peggy Gou [DJ sul-coreana que tornou-se queridinha do mainstream após o hit “(It Goes Like) Nanana”]. Era idolatrada e, agora, anda sumida. Se acontecer isso com o Keinemusik, tudo bem, eles vão ganhar muitos fãs. O que não pode acontecer é produtor de evento acabar excluindo algumas pessoas que não conseguem pagar um valor absurdo no ingresso. Os próprios fãs do grupo acham errado essa cobrança e subida [no preço] no lote”, disse, por exemplo, o produtor de conteúdo Leandro Suntaque, em vídeo no canal Viva EDM, o produtor de conteúdo Leandro Suntaque.

 

@gabrieladiass__ Essas brigas foi o auge gnt kkkk #keinemusik ♬ som original – Gabi da Duplicatta

Mas verdade é que alguns foguetes na música eletrônica comercial, de fato, não dão ré.

Mynd8

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
Todos os direitos reservados. By Zwei Arts.