Instrumentos brasileiros de percussão ganham mercado na Ásia
Com foco em ritmos como o samba, fábrica nacional amplia exportações
Com a crescente popularidade do samba e de outros ritmos brasileiros na Ásia, instrumentos produzidos no Brasil ganham espaço em mercados como Japão, Coreia do Sul e China. Boa parte dessa movimentação passa pela PHX Instrumentos, fabricante sediada no Brasil, que tem direcionado sua estratégia de vendas para o mercado asiático. Segundo Luciana Chen, CEO da empresa, instrumentos de percussão como pandeiros, repiques, tantans e surdos têm despertado o interesse de músicos do outro lado do mundo.
“A música brasileira está se expandindo na Ásia, onde o samba e os ritmos brasileiros são cada vez mais tocados. Existem escolas de samba na Coreia e grupos musicais no Japão”, comenta a executiva, que participou recentemente da feira Music China, em Xanga, o maior evento de instrumentos musicais da região. Lá, segundo ela, a demanda por percussões brasileiras se confirmou como tendência em expansão.
A linha de percussão já representa cerca de 60% do volume de vendas da PHX, que também fabrica guitarras, violões e baixos. Para 2025, a empresa projeta um crescimento de 20% no faturamento. “Sou inquieta e fazer a mesma coisa por muito tempo pode ser complicado em um país que não é estável, como o Brasil”, diz Luciana. A diversificação de produtos e mercados, incluindo o investimento em instrumentos infantis, tem sido uma das estratégias adotadas.
Uma das apostas recentes da marca é o licenciamento de personagens e ícones culturais. Após alguns anos estampando heróis da Marvel em sua linha infantil, a PHX firmou neste ano uma parceria com a marca Yellow Submarine, dos Beatles, para lançar instrumentos com a identidade visual dos músicos de Liverpool. “As crianças se sentem atraídas pelo visual, e os pais, que são os compradores, se identificam com a referência e a qualidade musical”, explica Luciana.
À frente da empresa fundada por seus pais há mais de 40 anos, ela tem buscado profissionalizar processos e ampliar horizontes. A linha de violões da marca, por exemplo, passou por um processo de aprimoramento técnico com foco em acabamento e sonoridade, realizado pela equipe de luthieria interna.
O próximo passo, segundo Luciana, é reforçar o papel da PHX como representante da cultura brasileira fora do país. “Queremos que a PHX seja um hub estratégico não apenas para desenvolver negócios, mas também fomentar impacto na cultura. Isso é o que me inspira como gestora.”