Belo aborda a resistência do pagode na história da música brasileira
Cantor fala sobre o momento do pagode e trabalho com palco do The Town
No mais recente episódio do podcast Cabos e Cases, Claudia Assef e Camila Zana, editora-chefe e CMO da Billboard Brasil – respectivamente, receberam Belo, um dos maiores nomes do pagode brasileiro, para uma conversa repleta de história, sentimento e esperança. O artista, que celebra mais de 30 anos de carreira, destacou a importância do gênero na cultura do país e a evolução que tem acontecido ao longo das décadas.
Belo relembrou o início, falando sobre a importância dos anos 90, quando o pagode paulistano conquistou o Brasil. “Vivíamos do CD e do show de rua, em uma fase que não tinha internet, redes sociais. Era mais difícil levar nossa música adiante, mas a força era enorme, e o carinho do público não tinha comparação”, recordou.
Na sua trajetória, ele foi pioneiro como cantor solo, deixando o grupo Soweto em 1999 para explorar sua própria identidade artística, com sucessos como “A Tua Boca”. Segundo Belo, o momento atual do pagode é um reflexo de uma terceira onda, mais forte e mais consciente. “Depois da pandemia, vejo uma retomada forte, com artistas que não são do segmento, ajudando a impulsionar. Thiaguinho, Ludmilla, Léo Santana… todos trazendo esse ritmo de novo para o mainstream”, afirmou.
Ele também destacou a resistência do gênero, que, apesar de enfrentarmos preconceitos históricos, se mantém vivo e adaptado às mudanças do mercado digital. “O pagode é mais resistente. Nós aprendemos a administrar nosso negócio, a nos reinventar no digital, e isso nos mantém no game há mais de 30 anos.”
Ao falar sobre a importância de preservar a memória do samba e do pagode, Belo reforçou o papel transformador da história da música popular brasileira. “Nosso movimento é de resistência, mas também de beleza. Celebramos os nomes que vieram antes, porque eles fazem parte da nossa essência e continuam inspirando as novas gerações.”
Além de sua carreira artística, Belo compartilha sua nova fase como embaixador do Palco Quebrada no Festival The Town, uma iniciativa que valoriza a cultura periférica. “Representar o povo da periferia é uma honra. Nosso movimento é forte, e o mundo precisa conhecer a força da nossa música e de nossa história,” afirmou.
Assista ao vídeo com a entrevista completa com Belo