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Filho de Andreas Kisser reconhece privilégio e diz que comparações com pai incomodam

Filho de Andreas Kisser reconhece privilégio e diz que comparações com pai incomodam

Multi-instrumentista e cantor de 27 anos é atração no Best of Blues and Rock

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Yohan Kisser, filho de Andreas Kisser, do Sepultura, poderia aproveitar o legado do pai para encurtar todos os caminhos necessários para se destacar na música. Mas o cantor e guitarrista, de 27 anos, está bem longe de agir como um “nepo baby” do metal. Trabalhando em um novo álbum e prestes a se apresentar no Best of Blues and Rock, o compositor conversou com a Billboard Brasil sobre a trajetória e o objetivo de ser reconhecido como um artista versátil –e não apenas associado ao metal.

“Tenho muita consciência do que é a sociedade que vivemos e do privilégio que tenho de poder ter acesso a estudar música e ter instrumentos de qualidade, nunca ter passado fome. Poder me dedicar à música e ter um pai que me apoia. Não posso reclamar de nada”, diz Yohan.

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“A situação que estou é positiva para alguém que tem um sonho como o meu, mas existem partes incômodas. Acho que as comparações são chatas. Às vezes, quero falar do meu trabalho, mas as pessoas querem falar do trabalho do meu pai”, acrescenta.

O músico é formado em violão clássico e tem como referências Tom Jobin e Chico Buarque, além de, claro, bandas como Judas Priest e Black Sabbath.

“Sou muito grato pelo metal. É a minha escola, de onde eu vim. Inevitavelmente, o jeito que toco guitarra é pesado. Isso eu não consigo negar. Mas eu não sou uma figura do metal, não fiz história nesse gênero. As pessoas acham que eu tenho que seguir um legado que não é meu. Eu tenho muito orgulho pelo meu pai, mas estou ansioso para ver o que ele vai fazer depois que finalizar o Sepultura.”

Yohan Kisser
Yohan Kisser (Instagram/Reprodução)

Yohan trabalha no próximo disco solo, previsto para ser lançado nos próximos meses. O álbum terá 12 faixas, em português e inglês, e conta com a participação de Guto Passos no baixo e William Paiva na bateria.

“A parte boa de um projeto solo é exatamente ter o controle total das coisas que quero. Na banda, é uma democracia”, avalia ele, que integra a SIOUX 66 desde 2011.

“Muita gente acha que só toco guitarra e o disco vai ser sobre metal, mas não. No máximo, terão algumas referências. Esse álbum está bem livre e sincero com o que realmente queremos fazer.”

“Para você se destacar, tem que ter uma individualidade, um diferencial, que ninguém vai poder te copiar. Muita gente talentosa desiste no meio porque é muito trabalho e estudou pouco. Minha dica é sempre fortalecer o lado mais fraco.”

O repertório autoral, além de algumas covers, faz parte do setlist de Yohan no Best of Blues and Rock. Ele se apresenta no festival em Belo Horizonte no dia 25 de junho, no Mister Rock Bar.

“A gente tá realmente afinando todas os detalhes para não deixar a peteca cair no show e fazer um fazer uma apresentação lá em cima o tempo todo”, garante. “Vai ter guitarra, distorção, pentatônicas, vai ter de tudo. Vai ser uma apresentação interessante e quero que a galera esteja com os ouvidos abertos.”

Sioux 66
Sioux 66 (Instagram/Reprodução)

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