Ego Kill Talent abre show do System of a Down ‘pilhados de alegria’
Confira a entrevista exclusiva do EKT à Billboard Brasil


O System of a Down começa a série de shows em São Paulo contando com a abertura do Ego Kill Talent, neste sábado (9). E para quem ainda não foi contaminado pelas pedradas da banda paulista, nunca é demais lembrar o currículo invejável do EKT.
A banda já abriu os shows do Linkin Park, Foo Fighters, Metallica, Queens of the Stone Age, Korn e Evanescence. Um verdadeiro sonho rock ‘n’roll. Além disso, o EKT é quase sempre figura certa em mega festivais como Rock in Rio, Lollapalooza, Hellfest, Aftershock e Rock Am Ring.
Depois dessa trajetória que começou em 2014, Emmily Barreto (vocal), Theo van der Loo (guitarra), Niper Boaventura (guitarra), Cris Botarelli (baixo) e Raphael Miranda (bateria) formam o grupo sempre lembrado como possibilidade de abertura dos shows das bandas gringas de rock quando se apresentam no Brasil.
Para os shows do SOAD em São Paulo, o EKT anunciou três convidados especiais: Chaene da Gama, baixista do Black Pantera, no sábado (10); Jessica di Falchi, ex-guitarrista do Crypta — e que tocou recentemente com o Tool no Lollapalooza —, no domingo (11); e no Autódromo de Interlagos na quarta (14), o convidado será Jean Patton, guitarrista conhecido por sua trajetória no Project46.
Em entrevista exclusiva à Billboard Brasil, o guitarrista e um dos fundadores da banda, Theo van der Loo, conta que o EKT está em uma fase especial e que tem muito a mostrar.
Confira a conversa com Theo van der Loo
O que esperar do Ego Kill Talent nos shows do System of a Down em São Paulo?
A galera pode esperar muita alegria no palco. A gente está muito feliz de estar fazendo essa turnê. Os caras do System of a Down são nossos amigos de longa data. O John e o Serj foram das cinco primeiras pessoas a ouvir uma demo do Ego Kill Talent,em 2013, 2014.
Enfim, são amigos pessoais já há muitos anos. Então, é gostoso estar com eles na estrada. Eles estão tratando a gente super bem.
A gente está muito feliz de estar fazendo essa turnê com esse line-up e com a Emily e a Cris na banda. Ter duas mulheres na banda está sendo uma energia incrível para a gente. Realmente, a sensação é que a gente está num lugar mais realizado mesmo, musicalmente falando. Elas são muito talentosas. A Emily e a Cris são duas pessoas fora da curva e a gente está muito feliz nesse momento e nessa trajetória. A gente preparou um set list dinâmico que a gente acha que está funcionando muito bem. A gente já fez até agora seis shows nessa turnê com eles. Passamos pela Colômbia, Argentina, Peru, que ainda não tínhamos tocado e no Chile, que a gente já tinha tocado. Mas é isso. Acho que pode esperar muita alegria e muita energia, porque a gente está bem, bem pilhados para esse show.
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A banda lançou recentemente o singles “Reflecting Love”. Quais são as inspirações dessa música?
“Reflecting Love” é uma música muito importante pra gente. A letra é sobre a Emily. É sobre ela como uma mulher lésbica e como foi contar isso para a família religiosa dela. Então, a letra fala sobre a angústia de passar por isso e sobre como ela conseguiu transcender essa dificuldade e hoje está numa relação harmoniosa com a família. Também fala muito da questão da igreja, afinal, ela cresceu na igreja e teve muito conflito interno. É uma música de muito amor e libertação
A ATC Management é responsável por empresariar bandas como Radiohead, The Hives e Bring me the Horizon. Agora, vocês também estão nesse time. Como a parceria pode proporcionar voos maiores para a banda?
O voo já está mais alto sem dúvida nenhuma. A gente assinou com eles no fim do ano passado. Já tivemos algumas reuniões e eles são muito presentes em cada passo que a gente dá. Eles são bem atentos. Inclusive o nosso manager, o Matt, cuida diretamente do The Hives também. Ele veio para oa shows do Rio e São Paulo e ele dá inputs super ricos para a gente. E a gente está já planejando aqui os próximos passos fora do Brasil com eles.
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O que vocês aprenderam com as bandas de rock gringas que vocês abriram shows nos últimos anos?
Nossa, não sei nem por onde começar. Eu acho que primeiro de tudo a gente aprendeu a ser bem organizado como equipe. E quando eu falo equipe, é tanto a banda, quanto a nossa crew, a nossa equipe toda que trabalha para montar o palco, passar o som, tudo isso.
Quando você está trabalhando com esses artistas desse tamanho, é tudo muito cronometrado, tudo muito certinho. Então a gente tem que, por exemplo, na hora da passagem de som, a gente tem que já estar no lugar algumas horas antes e a gente precisa entrar no palco no minuto que eles falam que a gente pode começar a passar o som e sair no minuto que eles falam que a gente precisa sair. E a mesma coisa é o horário do show. A gente tem que começar na hora que eles falam, a gente tem que sair na hora que eles falam. Um minuto de atraso é um problema grande.
Então assim, a coisa começa a funcionar meio que igual a empresa de Fórmula 1, a equipe de Fórmula 1, sabe? Tem que ser tudo muito redondinho, muito certinho. Isso é a primeira coisa que me vem na cabeça.
A segunda coisa que me vem na cabeça é entregar o melhor show possível. Então a gente se prepara muito, a gente ensaia muito antes de sair em turnê com uma banda dessas para tentar entregar o melhor que a gente pode. Então, eu acho que é uma coisa que empurra a gente para jogar na maior excelência que a gente for capaz.
Você trabalhou trazendo e contratando bandas antes de criar o EKT. O que você absorveu dessas experiências?
Muita coisa. Muita mesmo A primeira que me vem na cabeça é que na cadeia que existe quem manda é o artista. Qual é a cadeia que existe? Tem o artista, tem o empresário, tem o agente. O agente vende show, o empresário cuida da carreira 360° e o artista é o artista. E fora isso tem toda a equipe que trabalha numa turnê. Mas quem manda é o artista. A palavra final de qualquer coisa que vai acontecer no show é sempre do artista. Então, o big boss da história é o artista. Tudo gira em torno dele. e é ele que decide o que vai fazer com cada detalhe da carreira
Você é um estudioso da psicologia. Você já aplicou os ensinamentos da psicologia no teu local de trabalho? Como?
Olha, é engraçado, né? Eu parei para pensar aqui nessa pergunta e eu fui estudar psicologia porque eu amo psicologia. Eu colhi muitos frutos de ser um paciente, aí da experiência da psicologia que fiz durante muitos anos, eu fui estudar.
Eu acho que uma vez que você é atravessado pela experiência de fazer uma terapia, você muda. Porque quando você começa a olhar para você e para as tuas angústias e para as tuas questões. Você começa a olhar para as outras pessoas entendendo que elas também têm as angústias delas e as questões delas.
E a minha experiência trouxe mais empatia pelas pessoas. Até para quem às vezes é rude com você ou para quem às vezes está com raiva e acaba descontando em cima de você.
Acho que você começa a entender que cada um está lutando uma batalha interna, né? Tem aquela frase famosa, está todo mundo lutando uma batalha interna da qual você não faz a menor ideia.
Naturalmente acaba indo para situações de trabalho com a banda, né? Em vários momentos. Desde quando alguém te trata mal, sei lá, numa situação de show.
Você começa a entender que é muito mais sobre as pessoas do que sobre você. E eu acho que isso te ajuda a ter mais paciência, né? E muitas vezes eu já percebi que quando você escuta as pessoas, muitas vezes muda tudo. Às vezes as pessoas só querem ser escutadas. E talvez, às vezes, nem elas sabem o motivo. Às vezes, elas só precisam falar.
Eu acabo sendo atravessado também pela experiência da psicologia em todas as relações.
Horários do show do System of a Down em São Paulo
- 14h30 – Entrada do Pacote Vip
- 16h – Abertura dos portões
- 19h30 – Ego Kill Talent
- 21h – System of a Down
Como comprar ingressos para o System of a Down
Camarote Backstage Mirante do Allianz Parque
O espaço oferece acesso à pista premium, after-parties com atrações nacionais e internacionais, open bar e gastronomia premium. O preço é a partir de R$ 1.500