Zeca Pagodinho faz brinde coletivo e transforma ARVO em roda de samba
Sambista celebra 40 anos de sucessos no palco e promete disco novo com inéditas


De baterias recarregadas após cinco meses de pausa, Zeca Pagodinho transformou Florianópolis em Xerém e o ARVO em uma enorme roda de samba no início da noite deste sábado (3), segunda noite de shows do festival. Antes de subir ao palco, o sambista de 66 anos recebeu a Billboard Brasil no backstage e revelou o motivo da pausa: “Eu tenho seis netos, curti bastante meus netos. Trabalhei muito no ano passado, tem que ter uma folga para recompor, né? Fui ao médico, fiz essas coisas que a gente precisa fazer”.
Sem lançar um disco de inéditas desde 2019 (“Mais Feliz”), o cantor também prometeu um novo álbum para o futuro próximo, mas se esquivou quando perguntado dos detalhes. “Já estou reunindo meus amigos, compondo algumas coisas. Já ouvi umas músicas. Daqui a pouquinho ele está aí”.
No palco, o repertório não teve surpresas. Ele entregou uma hora de sucessos dos seus 40 anos de carreira, com “Camarão Que Dorme a Onda Leva”, “Quando a Gira Girou”, “Verdade”, “Deixa a Vida Me Levar” e “Patota de Cosme”. Nessa última, fez questão de desabotoar a camisa para mostrar sua tatuagem de São Cosme e São Damião, sincretizados com os ibejis nas religiões de matriz africana. Por sinal, dos fãs do hip-hop de Mano Brown até os admiradores da diva Marina Sena, todos estavam sambando e cantando os hits do sambista em uma só voz.
“Estava precisando dessa alegria de vocês”, admitiu ele ao conversar com a plateia. E, de fato, ele parecia completamente à vontade no palco. Brincou durante todo o tempo. Quando um drone se aproximou, ele usou o pedestal do microfone para ameaçar derrubá-lo. Depois, “fez as pazes” com o objeto voador identificado e ofereceu um pouco de cerveja a ele.
Talvez pelo friozinho que começava a tomar conta da capital catarinense, Zeca logo trocou a cerveja pelo vinho tinto. Quando terminou a primeira taça, pediu a segunda. O pedido foi inicialmente negado pela sua equipe, mas o cantor, em tom de brincadeira, ameaçou mandar todo mundo embora até ser atendido. Quando a bebida chegou, ergueu a taça para multidão, que também levantou seus copos num megabrinde coletivo. “Prometi só beber em shows. Agora tenho que marcar 10 shows por mês”, riu. “Só se morre de tristeza, de alegria ninguém nunca morreu”, finalizou.