Em noite de Marina Sena e Mano Brown, ARVO 2025 chega ao fim
Festival em Florianópolis recebeu também Yago Oproprio e Zeca Pagodinho


Se Copacabana teve Lady Gaga, Florianópolis também recebeu uma verdadeira diva na virada deste sábado (3) para domingo (4) – guardadas as devidas proporções, claro. Marina Sena foi o grande nome da última noite do ARVO Festival com o seu novo show, recheado de canções do álbum recém-lançado “Coisas Naturais”. Com acessórios metálicos, seu figurino parecia uma fusão entre amuleto e armadura — cintilante, ancestral, quase místico. Os movimentos dos braços, sobretudo nas duas primeiras canções, lembravam os de uma divindade hindu.
A potência vocal da cantora, que em tempos pretéritos chegou a ser questionada nas redes sociais, foi sem dúvidas o grande destaque da apresentação no ARVO. Demonstrando maturidade após três discos de estúdio, a voz de Marina se encaixou perfeitamente nas levadas de reggae, pop e funk. O estilo “sexy, sem ser (muito) vulgar” das letras eletrizou a audiência, que cantou em coro tanto as composições mais antigas (“Por Supuesto”, “Pelejei”) quanto as mais recentes, lançadas mês passado (“Numa Ilha” e “Carnaval”).
Outro destaque da segunda noite do ARVO Festival foi Mano Brown, com o suíngue de “Boogie Naipe”. Acompanhado de uma verdadeira entourage, o fundador dos Racionais MC’s subiu ao palco com uma jaqueta vermelha, óculos escuros e tranças nagô. O decano do hip-hop nacional cantou as músicas de seu único álbum solo, lançado em 2016, sem se esquecer dos sucessos gravados ao lado de Edi Rock, Ice Blue e KL Jay.
Poucas horas antes, Yago Oproprio mostrou no ARVO porque tem tudo para se juntar aos grandes nomes do rap brasileiro. Com uma levada melódica, o jovem músico paulista apresentou canções de seu disco de estreia, como “Inofensiva” e “Linha Azul”. Ele também recebeu o rapper e amigo de longa data Rô Rosa para acompanhá-lo em duas canções: “Helipa” e “Imprevisto”.
No fim da tarde, foi Zeca Pagodinho quem colocou o ARVO para sambar. No palco, o repertório não teve surpresas. Ele entregou uma hora de sucessos dos seus 40 anos de carreira, com “Camarão Que Dorme a Onda Leva”, “Quando a Gira Girou”, “Verdade”, “Deixa a Vida Me Levar” e “Patota de Cosme”.
O ARVO recebeu também Sandra Sá, Tião Carvalho, Juliana D Passos e Joyce Alane, jovem revelação da música brasileira que – apesar do horário ingrato no início da tarde – fez um show digno de estar entre os headliners.