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Spotify aposta em audiobooks e IA para o futuro: ‘Estamos animados’

Spotify aposta em audiobooks e IA para o futuro: ‘Estamos animados’

Plataforma completou dez anos no Brasil e quer expandir ainda mais sua atuação

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Mia Nygren, diretora geral do Spotify na América Latina

O Spotify surgiu em 2006 na Suécia e chegou ao Brasil há dez anos. Nesse período, muita coisa mudou, desde a forma de consumir conteúdo até ouvir canções. A gigante do streaming olha para o amanhã com otimismo e está pronta para trazer novos produtos e se aliar às novidades tecnológicas para melhorar a experiência do usuário.

Música e podcasts são os principais frentes, mas, buscando a expansão, um novo braço está sendo lançado gradativamente no app.

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“A música é o nosso coração e, em seguida, temos os podcasts, nos quais continuaremos a trabalhar. Outro pilar que temos são os audiobooks, lançamos em alguns territórios e estamos expandindo lentamente. Tem sido incrível acompanhar esse crescimento”, diz Mia Nygren, diretora-geral do Spotify na América Latina, em entrevista à Billboard Brasil.

A novidade já está disponível nos Estados Unidos, Canada, Reino Unido, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia, e foi recentemente implementada na França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

Mas não se preocupe, as terras brasileiras estão a rota de lançamento, no entanto, ainda sem previsão de data.

“[O Brasil] é definitivamente um mercado interessante para [os audiobooks], não apenas pelo tamanho do país, mas também por termos uma grande base de assinantes pagantes aqui. Existe o hábito de pagar por conteúdo, o que é ótimo, então vai chegar”, enfatiza Mia.

Além dos audiobooks, pensando em futuro, o Spotify está de olho em uma ferramenta que, no mundo da música, há quem ame e quem odeie. “A inteligência artificial é definitivamente o assunto do momento e tem sido assim há bastante tempo. Ela pode realmente aumentar a criatividade.”

Inclusive, a plataforma já conta com alguns recursos que utilizam IA, mas pretende estudar novas possibilidade de uso.

“É algo que veremos se tornar parte de todos os tipos de produção ou expressões criativas daqui para frente. Por exemplo, em nossa plataforma, temos DJs com IA, que é um sistema de playlists onde você pode usar inteligência artificial para criar suas próprias playlists com base em suas preferências”, conta.

“Estamos trabalhando com isso e estamos na vanguarda. Mas, ao mesmo tempo, é claro que precisamos garantir que a inteligência artificial não seja usada sem o consentimento de um artista ou de uma música, para evitar a produção de conteúdo falso ou fraudulento. No entanto, estamos animados com isso”, reflete a diretora.

América Latina e dez anos de Brasil

Junto com as novas ferramentas e produtos, o Spotify observa com atenção as oportunidades do mercado latino-americano, considerando que o território conta com uma parte significativa de seus consumidores.

“Quase 22% de todos os nossos usuários no mundo estão na América Latina, o que representa quase um quarto. Temos um mercado endereçável gigantesco, com cerca de 650 milhões de pessoas vivendo nessa parte do mundo, sendo que 450 milhões ou mais fazem parte do que chamamos de mercado endereçável, ou seja, eles têm um celular, podem se conectar e podem ser assinantes do Spotify”, analisa.

Um dos pontos importantes para a grande quantidade de assinantes no território está ligado diretamente à cultura. A música faz parte do DNA do povo latino, presente em todos os momentos, da tristeza a alegria, sempre há uma trilha sonora.

Outro fator determinante é a quantidade de cantores latinos que rapidamente vão para o mainstream e batem recordes. Há o apoio global, mas também forte respaldo da comunidade local.

O porto-riquenho Bad Bunny, por exemplo, é dono de “Un Verano Sin Ti”, o álbum mais reproduzido da história da plataforma. O astro do reggaeton também foi, por três anos seguidos, o artista mais ouvido do Spotify, superando nomes como Drake e Taylor Swift.

Representando nosso país, temos Anitta, que em 2022, alcançou o topo lugar do aplicativo de música com o single “Envolver”. A carioca foi a primeira artista latina solo a ter a música número um da plataforma.

Falando em Brasil, Mia Nygren reconhece que a primeira década por aqui foi desafiadora, visto que o país possui várias peculiaridades no mercado musical.

“Esse foi, na verdade, um dos nossos maiores desafios quando lançamos há 10 anos. O Brasil é como uma ilha, uma ilha de grandes influências que tem seu próprio ecossistema. Devido ao seu tamanho, a indústria musical é muito desenvolvida. Você tem um enorme circuito de shows ao vivo aqui, além de meios tradicionais, como rádios e outros tipos de emissoras”, enfatiza.

Apesar dos desafios, o país é um dos mercados mais importantes e uma mina de oportunidades para o Spotify.

“É muito importante que nos tornemos o mais brasileiros possível. Estamos de olho no Brasil como uma oportunidade para levar seu som e sua cultura para fora de suas fronteiras e para o restante da América Latina, e vice-versa, pois estamos vendo tendências emergirem além das fronteiras, algo que não víamos antes”, pondera Mia.

Um dos feitos para mostrar a relevância do país foi festival This Is Marília Mendonça, criado pelo Spotify. O evento, em homenagem à Rainha da Sofrência, foi o primeiro evento em homenagem a um artista. 

“Estamos no início da nossa jornada. Mesmo que estejamos aqui há dez anos e tenhamos avançado bastante, sabemos que ainda temos uma enorme oportunidade de garantir que nosso produto chegue a todas as diferentes regiões geográficas do Brasil.”

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Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
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