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Entrevista: Ludmilla vira referência e abre caminhos para a diversidade no pagode

Entrevista: Ludmilla vira referência e abre caminhos para a diversidade no pagode

Em pouco tempo, a carioca ganhou respeito e admiração de gigantes do gênero

Avatar de Ludmilla Correia
A cantora Ludmilla

A música brasileira segue em constante transformação, mas um estilo musical, em específico, vem chamado a atenção pelo seu novo cenário, surgindo a partir de um movimento puxado por um nome: Ludmilla. Neste sábado (18), é comemorado o Dia do Pagode.  Em pouco tempo, a cria de Duque de Caxias saiu de fã para referência.

Beth Carvalho, Leci Brandão, Dona Ivone Lara e Clara Nunes são mulheres gigantes da cena, que abriram portas para que Lud pudesse voar em um gênero predominante masculino. De maneira “despretensiosa”, como ela mesmo diz, regatando algo que fazia parte sua infância e de momentos de alegria em sua casa, ela lançou o disco que faria uma transformação na sua carreira.

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“O “Numanice” nasceu assim, de forma despretensiosa, porque é algo muito ligado à minha essência. O pagode me permitiu experimentar e expandir meu estilo, adicionando uma nova dimensão ao meu trabalho”, conta ela em entrevista exclusiva à Billboard Brasil.

Como tudo começou?

Esse movimento surgiu na “brincadeira”, em 2019, quando a cantora publicou um vídeo cantando algumas canções pagode, e os fãs foram à loucura. Com isso, Lud prometeu que, se caso ganhasse um o Prêmio Multishow na categoria melhor cantora, daquele ano, ela lançaria um EP de pagode.

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Dito e feito, no dia 24 de abril chegou às plataformas a primeiro “Numanice”, um EP com cinco músicas, ainda sem convidados, em que Ludmilla apresentou ao público mais uma vez a sua versatilidade musical.

O projeto também se tornou um alento para os fãs, visto que foi lançado durante a pandemia de COVID-19. De lá para cá, o “Numanice” virou historia: são 3 álbuns gravados, recorde de público em shows esgotados, um Grammy Latino, e um transatlântico temático sold out.

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Navio de Ludmilla supera perrengues e chama atenção por inclusão

Para completar, em abril, Ludmilla fez o deserto tremer e levou o pagode para a terra do tio Sam, apresentando o gênero tipicamente brasileiro para um dos maiores festivais de música do mundo, o Coachella.

Steff Lima
Ludmila e sua esposa Bruna Gonçalves performando o medley das músicas ‘Maliciosa’ e ‘Maldivas’ no Coachella(Steff Lima/Divulgação)

Apesar de todos os feitos internacionais, são as conquistas nacionais que ganham o seu coração. “Vivi momentos muito especiais. Mas, sem dúvidas, cantar para 60 mil pessoas no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro, foi uma realização. Principalmente por termos feito uma parceria com o Hemorio e estimularmos a doação de sangue”, conta Lud sobre quanto lotou um dos maiores estádios do país.

Mas também se alegra em fazer a festa para a próxima geração. No dia 12 de outubro de 2023, ela fez um show gratuito para crianças da sua cidade natal. “Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Fiquei mais feliz do que quando ganhei o Grammy.” , disse a carioca durante a entrevista para a segunda capa da Billboard Brasil. O dia citado por ela, foi até então capaz de superar a sensação de ver seu “Numanice #2” levar o gramofone de ouro na principal premiação da indústria musical latina.

Em 4 anos, Ludmila Oliveira da Silva saiu de fã para se tornar referência no pagode aos 29 anos. Tendo inclusive a oportunidade de cantar, e ainda ganhar a “benção” de seus ídolos no pagode. “O Belo é um dos meus ídolos. Eu ia atrás dele nos shows quando era mais nova e hoje tenho o prazer de dividir o microfone. Assim como o Péricles, que é o “rei da voz”, e o Thiaguinho, é um irmão para mim” , diz Lud que também é “louca” pelas canções do Sorriso Maroto, ah inclusive e ela já gravou com todos eles.

Ludmilla e Belo em um dueto improvável no navio Numanice, ele no palco e ela no camarote
Ludmilla e Belo em um dueto improvável no navio Numanice, ele no palco e ela no camarote (Lucas Ramos/Brazil News)

Novos horizontes

A chegada de Ludmilla no pagode abre outros caminhos, assim como as mulheres abriram ela. A cantora abriu a porta para outras pessoas LGBTQIA+ se aventurarem no pagode. Além disso, Ludmilla é uma mulher que canta abertamente sobre amar outra mulher, não à toa um dos maiores hits do Numanice é “Maldivas”, em que ela se declara para sua amada Bruna Gonçalves.

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Outra candidata a grande sucesso do projeto, é uma nova declaração de amor a dançarina é “Maliciosa”, música do terceiro álbum do “Numanice”, que chegou às plataformas digitais no dia 20 de fevereiro. A faixa chegou em 25º lugar no Billboard Hot 100, e atualmente está na posição 116º entre as mil mais ouvidas do país.

Com isso, ela também encoraja outras membros da comunidade a se jogar no gênero que foi sempre muito masculino e heteronormativo. Gloria Groove é uma delas, no dia 08 de maio, a draq queen, gravou seu primeiro projeto de pagode, o “Serenata da GG”.

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Ludmilla e Gloria Groove uniram suas vozes no Lud sessions 2, e a versão pagode do medley é um sucesso (Brazil News)

Ludmilla já se aventurou no funk, pop e pagode, e reconhece a força do seu poder nessa nova faceta. Mas não se preocupa que as pessoas lhe coloquem apenas na caixinha de um ritmo, justamente por ter habilidade de transitar em sonoridades.

“Minha versatilidade como artista é uma das minhas maiores forças, e eu valorizo muito a conexão que construí com meu público através do pop e do funk. No entanto, também reconheço a importância e o impacto da minha incursão no pagode, e estou totalmente comprometida em honrar essa parte da minha identidade musical”, pondera ela.

“Seja no pop, no funk ou no pagode, e continuar a evoluir como artista ao longo do caminho”, conclui.

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