É tetra: Adriana Calcanhotto lança o quarto volume da série Partimpim
Repertório do álbum traduz canções da MPB para o público infantil


Adriana Partimpim é o alter ego da cantora e compositora gaúcha Adriana Calcanhotto. De tempos em tempos, ela se despe das composições endereçadas para o público adulto e se dirige ao público infantil. Mas sempre, claro, com uma pegada que agrada todas as faixas etárias.
O quarto volume da série Partimpim, que chega hoje às plataformas de streaming, mantém a mesma pegada: uma combinação de canções autorais e clássicos da MPB que possam fazer uma conexão entre esses dois públicos. Uma dessas composições é “A Cabra Disse Mé”, versão de “I Wanna Hold Your Hand”, dos Beatles, cantada em português pelo grupo da jovem guarda Renato & seus Blue Caps. Na visão de Adriana, ou melhor, Partimpim, virou um xote.
O quarto Partimpim tem produção de Pretinho da Serrinha, cujo trabalho no disco de Xande Pilares (“Xande Canta Caetano”, escute para ontem!) agradou a cantora. “O que me animou a fazer o quarto Partimpim foi escutar o disco do Xande cantando Caetano, que é maravilhoso. Tem um negócio de entendimento rítmico, além da exuberância do canto do Xande. Me identifiquei muito com a arquitetura toda do Pretinho, aquele jeito de entender as coisas do ponto de vista rítmico e mesmo no harmônico”, diz Adriana, em entrevista exclusiva à Billboard Brasil.
O Quarto – sim, esse é o nome do álbum– tem outros atrativos. A começar por canções da própria lavra da cantora: o jazz “Meu Quarto”e “Malala: Teu Nome é Música”, feita para a ativista paquistanesa que defende o direito das mulheres à educação. Há releituras deliciosas: uma versão reggae de “Atlântida”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, “Tô Bem”, do grupo curitibano Jovem Dionísio, e “Estrela, Estrela”, do compositor gaúcho Vítor Ramil. Que ressurgiu por conta da ajuda do mundo artístico ao estado do Rio Grande do Sul, assolado por enchentes nos meses de maio e abril de 2024. “Eu fui ao ‘Altas Horas’, programa do Serginho Groisman, e me pediram para cantar uma música de um compositor gaúcho. Essa canção é muito importante para nós e ali, naquela situação, ficou ainda mais, sabe? Eu ouvi muita coisa muito interessante das pessoas que viveram esse terror, que produziu também histórias de superação muito bonitas”, emociona-se Adriana.
A ideia de Adriana Calcanhotto é levar seu Partimpim para a estrada em 2025. “Será uma compilação desses quatro álbuns”, adianta. E podem ainda vir outros Partimpim pelo caminho. Adriana confidencia que existe uma lista de canções do repertório da MPB que podem no futuro serem vertidas para o público infantil –e para os adultos, que poderão se deliciar com muitas outras pérolas desse repertório.