Era perto de 1h da manhã de segunda-feira (4), quando o tijucano Luccas Carlos pisou no palco Factory, do The Town, para cantar diante de um público animado. Luccas é um dos compositores mais atuantes e requisitados do atual cenário nacional. Tem mais de 156 canções registradas, entre elas sucessos que deu de lambuja para intérpretes como IZA e Luisa Sonza.
É também um autor versátil: “jovemCARLOS”, seu disco de 2022, se alterna entre R&B e samba. “Eu faço umas paradas de samba, mas quero um dia fazer um disco mais tradicional nesse estilo”, conta.
Nessa onda de misturar estilos e se encontrar com outros artistas, pisou novamente no palco do The Town neste sábado (7) para uma parceria com Hodari. E deve repetir a experiência com Cynthia Luz no último dia de festival.
“Foi uma experiência maravilhosa participar do The Town. Foi um show importante pra minha carreira. E fazer festival também é sinônimo de encontrar vários amigos, o backstage está incrível de ver.”
Outra parceria recente é com o cantor e guitarrista Lulu Santos, que participou desse mesmo álbum de 2022 e já declarou que gosta do gênero urbano nacional –ajudou a divulgar nomes como Claudinho & Buchecha e Sampa Crew, além de ser um dos entusiastas do chamado “tambozão” do funk.
“Eu o encontrei num show em São Paulo e falei: ‘Vamos fazer umas paradas aí’. O que ele fez foi tão bom que pensei em deixar só ele cantando” diverte-se Luccas.
Lulu também deve estar no novo disco do artista, programado para sair neste ano. “Mas será uma parada diferente daquela a que estamos acostumados”, despista.
Em meio aos melismas (aquele sobe-e-desce que os cantores fazem na voz) de suas vocalistas, ele adianta que o álbum será uma espécie de sucessor de “UM”, que lançou em 2017. E aí perguntamos: dono de uma das vozes mais tonitruantes da black music nacional, ele acha tão necessário usar o autotune, aquele aparelhinho que distorce a voz?
“Uso porque acho que ela soa melhor. Mas quem sabe farei algo só com a minha própria voz.”
Hospedagem acessível
Em São Paulo para o The Town, Luccas está hospedado no Ibis, rede de hotéis oficial do The Town que, graças aos valores acessíveis e à grande diversidade de locais, tende a atrair o grande público que não vive na cidade e está nela para o festival.
“A gente sabe o quanto de gente que não mora aqui e vem para os festivais. Às vezes tem pessoas até de outros países, como Argentina, Chile, Venezuela. Por isso é tão importante ter um lugar onde você sabe que vai encontrar conforto a um valor acessível, e que fica perto de onde você quer ir, um porto seguro. São mais de 100 mil pessoas por dia de festival, por isso é tão importante estar bem hospedado e bem localizado. Vale muito a pena.”
A rede Ibis tem mais de 1.300 hotéis em cerca de 130 destinos e faz questão de usar a música como expressão e conexão com seus hóspedes, inclusive abrindo espaço para artistas e nomes da nova geração. Luccas foi um dos que já se apresentaram nos hotéis Ibis.
“Esse movimento é superimportante, porque você estoura a bolha. Toca para pessoas que às vezes nem sabem quem você é, mas que gostam da sua música e vão procurar mais sobre o seu trabalho. A minha vida sempre foi baseada nisso. Quando eu era pequeno, pegava uma folha de papel, cortava vários retângulos pequenos e colocava o link do meu SoundCloud [plataforma de música]. Ia jogando na rua, no shopping. Vai saber se não tem alguém que me ouve desde essa época? Você nunca sabe quem vai te ouvir e, muitas vezes, é alguém que vai somar com seu trampo ou a sua vida pessoal.”