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Do Bumbódromo para o mundo: conheça o Festival de Parintins

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Do Bumbódromo para o mundo: conheça o Festival de Parintins

Bois Caprichoso e Garantido do Festival de Parintins (divulgação)
Bois Caprichoso e Garantido do Festival de Parintins (divulgação)

 No coração da Amazônia, uma pequena ilha transforma-se anualmente no palco de um dos espetáculos mais grandiosos do Brasil. Realizado nos últimos dias de junho, o Festival de Parintins vai muito além da famosa disputa entre os bois Garantido e Caprichoso.  Trata-se de uma celebração viva das raízes culturais que moldam a identidade brasileira.

Em 2024, Isabelle Nogueira, a cunhã-poranga do Garantido, participou do BBB24 e as buscas na internet pelo Festival aumentaram.

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A cunhã Isabelle Nogueira (Reprodução)

Já neste ano, a 58ª edição do Festival de Parintins acontece nos dias 27, 28 e 29 de junho. A expectativa mais uma vez é receber visitantes de todo o mundo.

A cunhã Isabelle Nogueira (Reprodução)
A cunhã Isabelle Nogueira (Reprodução)

Como é o Festival de Parintins

A magia começa quando o primeiro toque da zabumba ecoa pelo Bumbódromo, arena construída especialmente para o evento. Mais de 35 mil pessoas, vestidas de vermelho (boi Garantido) ou azul (boi Caprichoso) conforme sua torcida, acompanham em uníssono as narrativas cantadas que contam lendas da floresta. As apresentações duram cerca de três horas cada noite e são verdadeiros épicos amazônicos. Os artistas locais dão vida a personagens míticos através de coreografias elaboradas e alegorias que chegam a 15 metros de altura.

A música é a alma do festival. As toadas de boi, gênero musical único da região, misturam batidas ancestrais de maracá com letras que falam de amor pela terra, histórias de curupiras e iaras, e muito orgulho ribeirinho. Cantadas em português e nheengatu – língua falada ao longo de todo o vale amazônico brasileiro, essas canções passam de geração em geração, mas ganham novas roupagens a cada ano. Recentemente, jovens artistas começaram a levar essas melodias para o universo da música eletrônica e para o TikTok.

Ouça “Rei do Quilombo”do Boi Caprichoso

Ouça “Boi do Povo, Boi do Povão” do Boi Garantido

Nos bastidores, uma verdadeira operação de guerra cultural se desenrola meses antes do evento. Milhares de artesãos trabalham na confecção dos figurinos e esculturas gigantes, utilizando técnicas tradicionais e materiais da floresta. As fibras naturais e diversidade de cores e texturas se transformam em obras de arte que deslumbram o público durante as apresentações.

Para todos que querem se aprofundar na história do festival, basta visitar o Museu do Boi Bumbá e o Mercado Municipal, onde se pode conhecer produtos típicos da região. Os visitantes também podem explorar as belezas naturais da cidade, com passeios de barco pelo rio Amazonas e pela ilha de Parintins.

Festival de Parintins (Divulgação_Secom)
Festival de Parintins (Divulgação/Secom)

O festival também se tornou ponto de encontro de celebridades que buscam se reconectar com as raízes brasileiras. Nos últimos anos, nomes como Ivete Sangalo, Lázaro Ramos e até mesmo Anitta marcaram presença nas arquibancadas, muitos deles incorporando elementos da cultura de Parintins em seus próprios trabalhos artísticos.

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Mas talvez o aspecto mais impressionante seja a capacidade do evento de unir tradição e inovação. Enquanto mantém vivos rituais centenários, o festival abraça a tecnologia com projeções mapeadas que recriam a floresta em 3D e sistemas de tradução simultânea para línguas indígenas. Tudo isso alimentado por energia solar, em um compromisso claro com a sustentabilidade.

Para o visitante, a experiência vai além das noites de espetáculo. Durante o dia, a cidade oferece feiras de artesanato onde é possível encontrar desde cerâmicas marajoaras até biojoias contemporâneas. A gastronomia local, com pratos como o tacacá e o peixe assado na folha de bananeira, completa a imersão cultural.

Mais que um evento, o Festival de Parintins é uma lição viva de brasilidade. Como diz um antigo ditado local: “Quem vem pela primeira vez chega como turista. Quem volta já é parte da família”. Uma família que canta, dança e mantém viva a chama da cultura amazônica, mostrando ao mundo que a verdadeira riqueza do Brasil está na diversidade de suas tradições.

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