Diretora da Braskem fala sobre como usar a música para abordar consumo conscient
Marca faz ações em grandes festivais como Lollapalooza
Falar de sustentabilidade sem parecer didático, técnico ou entediante é um desafio real — especialmente para uma indústria B2B, que lida com produtos e processos invisíveis para o consumidor final. Mas é exatamente nesse espaço que Ana Laura Sivieri, diretora de marketing e comunicação da Braskem, tem atuado: encontrar formas criativas e eficazes de conectar temas como reciclagem, economia circular e inovação industrial ao dia a dia das pessoas.
Em conversa com Scappini, cofundador da Billboard Brasil e da Mynd, para o podcast Cabos e Cases, a executiva afirma: “A música é o lugar mágico onde isso acontece. As pessoas estão mais abertas a viver novas experiências e mudar seus hábitos. É por isso que uma empresa B2B está presente em festivais.” E ela não está falando apenas de patrocínio: a Braskem tem usado os grandes eventos de música como campo de ação para engajar o público em práticas sustentáveis de forma simples e recompensadora.
“Nos últimos anos estivemos no Lollapalooza, no The Town, no Rock in Rio. Criamos ações em que a pessoa descarta corretamente um resíduo plástico e acumula pontos. Quanto mais tempo você fica com um copo reutilizável, por exemplo, mais brindes você pode trocar. A ideia é mostrar que cuidar do resíduo gera benefício”, explica. A lógica é clara: criar pequenas mudanças de hábito em momentos de lazer, com leveza e experiência positiva.
Ana Laura é firme ao dizer que essa conversa precisa ser acessível: “Se eu chego e falo ‘consome direito, descarta certo’, parece que estou passando um sermão. Não funciona. Agora, se eu integro isso num momento de diversão, com música, com arte, aí a coisa acontece.”
Para além das campanhas, ela defende que a criatividade é um valor central no modo como a Braskem se posiciona diante da transição energética. “A gente precisa redesenhar processos, materiais, formas de produzir e consumir. E isso exige colaboração, diversidade e imaginação.” A empresa atua com reciclagem mecânica e química, investe em inovação para transformar resíduos plásticos em novos produtos e vê na economia circular um caminho estratégico.
“Tem muita gente talentosa pensando soluções para o futuro do planeta, e grande parte dessa força criativa está na América Latina. O mundo precisa da nossa forma de pensar, da nossa maneira de resolver problemas. A criatividade latino-americana é uma força que ainda está sendo subestimada.”
Nesse contexto, a cultura deixa de ser só um canal de divulgação e passa a ser uma aliada estratégica. “Inovar é também saber conectar: conectar arte com ciência, diversidade com estratégia, cultura com tecnologia. Não dá mais para separar essas coisas.”
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