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Como foi a escolha do elenco para ‘Meninas Malvadas – O Musical’?

Como foi a escolha do elenco para ‘Meninas Malvadas – O Musical’?

Jorge de Godoy, diretor musical da peça, conversa com a Billboard Brasil

Avatar de Bruna Calazans
Meninas Malvadas

Lançado como filme em 2004 com Tina Fey como criadora, “Meninas Malvadas” se tornou um produto da cultura pop com o passar dos anos. A história conta a típica história de uma adolescente tentando se adaptar dentro da escola, mas com o desafio de enfrentar a popularidade de Regina George e sua trupe.

Sucessos do cinema mundial como Lindsay Lohan, Rachel McAdams e Amanda Seyfried estão na versão original do filme, e existe até uma data em que é celebrado o dia do longa: 3 de outubro.

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Com falas icônicas e cenas que marcaram uma geração, o filme ganhou uma versão musical que estreou na Broadway em 2018 e, em 2024, essa mesma adaptação foi parar nas telonas. Dessa vez, Reneé Rapp e Angourie Rice receberam a missão de cantar a história de “Meninas Malvadas” sob as perspectivas das protagonistas Regina George e Cady Heron, respectivamente.

No Brasil, a versão musical de “Meninas Malvadas” ganhou uma temporada no Teatro Santander, que dura até o fim de junho (os ingressos estão sendo vendidos no site oficial da Sympla). Jorge de Godoy assina a direção musical da produção e, em conversa com a Billboard Brasil, conta os detalhes dos bastidores da montagem.

Leia a entrevista

Como foi o processo de escolher o elenco? O quanto você se envolveu na escolha das atrizes?

Eu estou desde o início do processo, trabalhando com o Mariano [Detry, o diretor]. A gente começou a trabalhar muito cedo, entre agosto e setembro de 2024, em toda a concepção do projeto. No nosso processo de audições, eu também faço parte dessa escolha de elenco. E particularmente acho que foi um acerto em todos papéis. São músicas muito difíceis de executar, tem que ter uma técnica muito precisa para cada música. Não só uma técnica de teatro musical. Regina George, por exemplo, tem uma pegada pop e rock, que vai além da técnica de teatro musical. A Anna Akisue tem essa vertente pop dentro da voz dela. Neste quesito da escolha do elenco, eu acho que eu pude trazer o meu olhar técnico do que cada papel e música exige para junto com o diretor alinhar qual é a escolha ideal para o papel.

Meninas Malvadas tem personagens muito icônicos. Isso dificulta escolher quem vai representar os papéis principais, como Regina George e Cady?

A peça está no coração e na mente das pessoas. A gente lembra das falas, lembra das cenas. Eu acho que a gente teve um pouco essa preocupação, mas ao mesmo tempo eu acho que a preocupação maior foi mais a energia da pessoa para o papel, se ela representava bem o que é a Cady, o que é a Regina, do que algo visasse que remetesse muito a pessoa. Tanto é que a nossa Cady, a Laura Castro, é uma menina negra. Claramente não é algo semelhante a Lindsay Lohan. Mas quando ela fez o teste, todo mundo disse: ‘É isso. É ela’. Não foi uma preocupação de cara de ser algo semelhante fisicamente, a gente se preocupou mais em trazer a energia de cada personagem mesmo que são muito icônicas para agente.

Agora falando sobre o repertório, que tem um clima meio pop rock, como foi a adaptação para o português e continuar na mesma energia do musical da Broadway?

Isso foi o mais difícil de fato para a nossa versão brasileira, sendo que a gente já tem uma dublagem com falas que ate em português ficaram icônicas. “Isso é tão barro”, por exemplo. Essa foi uma preocupação muito grande. Eu trabalhei muito junto com o Victor Mühlethaler, o versionista, pois existem algumas falas que estão dentro das músicas. O que é mais “problemático”. Uma coisa é colocar uma frase dentro do roteiro e outra é encaixar numa melodia, na partitura. Se torna algo mais trabalhoso e difícil. A nossa equipe criativa decidiu usar a nossa dublagem original ao máximo, mantendo frases icônicas do filme. A ideia era manter algo semelhante para as pessoas que buscam essa memória afetiva.

Você acredita que a adaptação musical do filme traz uma renovação do público que pode se interessar por esse universo de Meninas Malvadas? É uma expectativa de vocês também?

Obviamente é uma coisa da geração dos anos 1990, que viveu isso na adolescência. Mas só em duas semanas de temporada eu consigo ver o público e temos pessoas muito novas que eu me pergunto: ‘Ué, eles não tem essa memória. Mas devem ter visto o musical do ano passado’. E apesar de ser uma história lá dos anos 1990, é um algo que as pessoas vivem eternamente, da escola mesmo. Ainda mais hoje em dia com as redes sociais, que também é algo que está dentro do musical. Quando ele foi concebido para a Broadway, em 2018, ele já falava sobre esse poder das redes. Então, para os jovens que estão ali vivendo isso na escola, é algo que gera identificação.

No fim de 2024, a gente teve o musical sendo um objeto de atenção do público, com a versão de “Wicked” para o cinema com a Ariana Grande. Este cenário aquecido também traz uma atenção maior para a peça?

Ter uma artista pop mundial fazendo um musical deste tamanho é algo que faz o teatro musical furar uma bolha muito grande. O teatro musical está chegando em pessoas que eu nunca imaginei que chegaria. E acho que essa “furada de bolha” abriu, de fato, uma porta para outras pessoas conhecerem mais nosso trabalho.

Meninas Malvadas
Cena do musical de Meninas Malvadas no Brasil (Divulgação)
Meninas Malvadas
Cena do musical de Meninas Malvadas no Brasil (Divulgação)

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