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A trágica história da música que Céline Dion cantou na abertura das olimpíadas

A trágica história da música que Céline Dion cantou na abertura das olimpíadas

'Hymne à l'Amour', de Édith Piaf, foi composta para o amado da cantora

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Céline Dion emocionou ao cantar “Hymne à l’Amour” na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris, nesta sexta-feira. Mas tão emocionante quando a demonstração de superação da cantora canadense, que sofre de uma doença rara, é a história por trás da música de Édith Piaf (1915-1963).

“Hymne à l’Amour” foi composta por Piaf, um dos maiores nomes da música francesa, para seu amado. Até aí, muitas canções nascem como declarações de amor. Mas essa tem uma história trágica por trás.

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Em 1948, a voz de “Non, Je Ne Regrette Rien” conheceu o boxeador argelino Marcel Cerdan (1916-1949) numa apresentação em Nova York durante uma turnê pelos Estados Unidos. Os dois se apaixonaram imediatamente e nem Édith e nem Marcel faziam questão de esconder o relacionamento, embora o boxeador fosse casado e pai de dois filhos.

Sobre o relacionamento deles, Marcel disse: “Há uma Édith Piaf e eu tenho sorte, pobre boxeador brutamontes, de ser amado por ela”. Era inevitável. Já Piaf resolveu demonstrar seu amor por meio da música e compôs a letra em homenagem ao amado na casa que os dois compraram em Boulogne-Billancourt, e a deu para Marguerite Monnot musicá-la.

Em 14 de setembro de 1949, Piaf cantou pela primeira vez os versos “o céu azul sobre nós pode desabar/ E a terra pode bem desmoronar/ Pouco me importa/ Se você me ama” para um sortudo público de Nova York. Em 28 de outubro do mesmo ano, após Piaf implorar para que o boxeador se juntasse a ela na turnê pela América do Norte, o avião onde Marcel Cerdan viajava caiu nos Açores. Ele morreu na hora, com apenas 33 anos.

No ano seguinte, ainda enlutada pela perda do amado, Édith Piaf finalmente gravou a canção em estúdio e os versos “se um dia a vida te arrancar de mim/ Se você morrer, que esteja longe de mim/ Pouco me importa, se você me ama” pareceram premonitórios. Na gravação, o trecho “porque eu também morreria” soa corroído pela dor e culpa.

Depois disso, Piaf se refugiou na morfina e no álcool. Até a morte da cantora, em 1963, ela lutou contra o vício e a depressão.

Versões em 11 idiomas

A versão inglês da de “Hymne à l’Amour” fez tanto sucesso que a música acabou regravada em 11 idiomas por artistas como a nossa Dalva de Oliveira, além de Cyndi Lauper, Patti LaBelle e Phil Collins. No Japão, chegou ao #7 do Billboard Japan Hot 100 e usada num comercial da Pepsi.

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