Veja o que sabemos sobre a Snafu, gravadora sueca que chega ao país com R$56 mi
Iniciativa mira artistas independentes no Brasil
Ankit Desai, fundador e CEO; Laura Monzonís, A&R Senior (Divulgação)
A gravadora sueca Snafu Records anunciou sua chegada ao Brasil no final de 2024. Na mala, a promessa de um modelo diferente para artistas independentes: apoio financeiro sem que eles precisem vender seus direitos autorais.
Fundada pelo indo-sueco Ankit Desai, a gravadora chega ao país com cerca de R$ 60 milhões para atrair nomes do cenário e expandir seu catálogo —recentemente, eles estiveram junto a artistas como o MCs Niack e Laranjinha (este último, um dos responsáveis por “The Box Medley Funk 2”, que alcançou o top do Billboard Brasil Hot 100).
A Billboard Brasil fez cinco perguntas à Laura Monzonís, A&R Senior da gravadora:
O que trouxe a Snafu para o Brasil? Além das oportunidades artísticas, qual foi o principal fator que levou o selo a entrar no país?
O Brasil tem um dos ecossistemas musicais mais ricos e diversos do mundo — funk, sertanejo, gospel, bossa nova e muito mais. Para nós, foi um passo natural. Além do lado artístico, o que realmente chamou a atenção foi como a cena independente do Brasil está evoluindo. Há uma demanda enorme por opções de financiamento flexíveis, que permitam aos artistas crescerem em suas carreiras sem abrir mão da independência — e é exatamente isso que a Snafu oferece. Em 2024, vimos um crescimento orgânico e exponencial na região; cada vez mais artistas nos procuravam ou se juntavam ao nosso catálogo. Ficou claro que nosso modelo era ideal para esse mercado tão promissor.
Inicialmente, vocês mencionaram um investimento de US$ 10 milhões (cerca de R$60 milhões). Como esse valor foi determinado e como será utilizado no Brasil?
A Snafu capta rodadas privadas de investimento para escalar nossa estratégia global de catálogo. E, com base no que conquistamos no Brasil em tão pouco tempo (assinamos com 50 artistas em pouco mais de um ano), sabíamos que era hora de investir pesado! Os US$ 10 milhões serão usados para licenciar catálogos existentes por um período determinado e trabalhar de perto com nossos parceiros e artistas locais para ampliar seu alcance por meio de marketing e financiamento estratégico — nosso objetivo é garantir que o catálogo dos artistas cresça em valor e oportunidades enquanto trabalhamos juntos.
A Snafu está focando em algum gênero específico?
Somos agnósticos em relação a gênero. Nosso catálogo inclui de tudo — de rock a EDM ou música de mantras — e, no Brasil, temos trabalhado recentemente com artistas de funk. Dito isso, estamos ansiosos para expandir para outros gêneros-chave que formam a identidade musical brasileira, como sertanejo, gospel e MPB.
Quais lançamentos o selo planeja para 2025?
Nosso foco principal é financiar e promover catálogos anteriores, ajudando os artistas a dar nova vida a lançamentos passados. Mas, de vez em quando, também apoiamos músicas novas, especialmente quando estão alinhadas com nossa estratégia de longo prazo. Por exemplo, continuamos apoiando artistas como Niack e MC Laranjinha com novos projetos. Em 2025, vamos reforçar ainda mais nosso investimento em catálogo, ao mesmo tempo que seguimos apoiando alguns lançamentos inéditos.
Vocês estão buscando novos artistas no momento? Se sim, como funciona o processo de A&R? Ele se aproxima mais do modelo tradicional de gravadora ou vocês têm uma estratégia diferente para esse momento no país?
Sim, estamos sempre em busca de novos talentos. Nosso processo de A&R combina conhecimento musical e curadoria com análise de dados. Identificamos catálogos com potencial inexplorado e buscamos artistas cuja música pode alcançar um público maior com o suporte certo. Quando encontramos alguém em quem acreditamos, entramos em contato diretamente para entender como podemos colaborar. Também trabalhamos com parceiros locais, como a Symphonic, para ampliar nosso alcance e oferecer mais acesso a financiamento e promoção de catálogos anteriores.
