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Raul Seixas: 35 anos da morte do roqueiro que viralizou hit após uma passeata

Raul Seixas: 35 anos da morte do roqueiro que viralizou hit após uma passeata

Compositor criou um secto de fãs que, até hoje, o idolatram como peça maior

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Contracapa do LP "Krig-Ha, Bandolo!", de 1973

Trinta e cinco anos depois de sua morte, Raul Seixas ainda tem obra musical para dar, vender e, se possível, ser redescoberta. Sua biografia, idem: recheada de curiosidades, revelam um ícone que ia além. O compositor baiano foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo, no dia 21 de agosto de 1989, dois dias depois do lançamento de “A Panela do Diabo”, seu décimo-quinto álbum.

Diabético, alcoólatra e com 44 anos, Raul não tomou insulina no dia anterior e, oficialmente, morreu de parada cardíaca após uma pancreatite fulminante. Sua obra, portanto, passou a ressoar ainda mais nos corações de “malucos belezas” e de quem se identificava com um apaixonado por música, mas também em querer uma saída, uma nova construção de ideais, uma nova forma, enfim, de gozar uma vida sem guerras, com amor, com sensualidade, com músicas explicitamente exageradas e, de quebra, com o molho de ritmos brasileiros misturados ao rock and roll.

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Ódio da escola, amor pelo rock

Raul repetiu a segunda série por três anos. O motivo era o rock and roll, o único interesse do pequeno soteropolitano. Nascia um proto-punk: com ódio do sistema escolar, o menino começou a engomar o cabelo, botar jaqueta preta e cabelos para o alto para praticar arruaças. Os biógrafos dizem que Raul não era o mais inspirado do grupo na busca por adrenalina, mas o vírus da anarquia já estava instalado.

O encontro com a Jovem Guarda no Rio

Raul formou seu primeiro conjunto em 1954. Era a primeira experiência musical de um garoto que amava desenhar, ler, ouvia Luiz Gonzaga como som ambiente obrigatório e que gostava de rock. Em 1968, embarcava com sua banda Os Panteras para o Rio de Janeiro e gravaria seu primeiro disco “Raulzito e Os Panteras”. A primeira experiência fracassou: o grupo de baianos não chamou muita atenção em um Rio de Janeiro já frenético pela Jovem Guarda. Foi Jerry Adriani, um dos galãs do movimento liderado por Erasmo e Roberto Carlos, quem ajudou os imigrantes e mostrou para Raul que, para fazer sucesso, ia ser necessário algo além de serem bons de rock and roll.

O fracasso que gerou ‘o Raul Seixas’

Sem perspectivas de sucesso, Raul voltou para Salvador. Mas esse intervalo do sonho proporcionou laços importantes a um Raul Seixas que parecia perdido. Virou letrista de vários artistas da Jovem Guarda e, assim, foi se aprimorando como compositor popular. Conheceu Odair José, virou produtor da gravadora CBS, emplacou um sucesso (“Doce Doce Amor”, de Jerry Adriani) e, depois de conhecer o também anárquico compositor Sergio Sampaio (autor de “Eu Quero Botar Meu Bloco Na Rua”), relembrou seu destino como cantor.

O primeiro ‘viral’

“Ouro de Tolo”, um dos maiores sucessos de Raul Seixas, viria pouco tempo de todas essas peripécias. Era 1973, apenas cinco anos após o “fracasso” no Rio de Janeiro. Composta após “meditações e visões de um disco voador alaranjado”, o hit tornaria-se um dos maiores cartões de visita de Raul como compositor. No entanto, além de tudo o que de biográfico cerca a canção, chama atenção como Raul Seixas a lançou. Com a intenção de espalhar o sentimento, Raul provocou uma passeata que foi juntando gente, tornou-se notícia no Jornal Nacional e, enfim, como um viral, impulsionou o fonograma e o disco “Krig-ha, Bandolo!”, que viria um mês depois.

Um apaixonado por Elvis e Luiz Gonzaga

A paixão de Raul Seixas pelo rock iniciou-se por culpa de Elvis Presley. Mas o que marcou a carreira de Raul Seixas foi o coração aberto do baiano pelo baião de Luiz Gonzaga. Suas experiências como produtor na CBS já o haviam aproximado de uma fórmula de composição popular, claro. Mas Raul via uma aproximação inevitável do rei do rock com o rei do baião. Em uma entrevista realizada em 1984, ele toca “Blue Moon”, de Elvis Presley, e emenda “Asa Branca” para provar a familiaridade dos dois ícones de seu coração.

 

 

 

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