Orquestra mineira toca parceria pouco conhecida de Tom e Vinicius
'Brasília: Sinfonia da Alvorada' foi criada para saudar o nascimento da capital
Em 1959, Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes foram convidados por Juscelino Kubitschek, então presidente do Brasil, para criar um poema sinfônico em homenagem à construção de Brasília. A dupla se hospedou no Catetinho, residência provisória do governo, a fim de criar a obra que iria saudar a nova capital do país. “Brasília: Sinfonia da Alvorada” não ficou pronta a tempo da inauguração, que ocorreu no dia 21 de abril de 1960. Aliás, sua primeira execução se deu somente na sua gravação em estúdio, no final daquele ano. Em fevereiro de 1961, “Brasília: Sinfonia da Alvorada” saiu em disco.
Agora, um grupo de instrumentistas da Filarmônica de Minas Gerais, comandados por Robson Fonseca (que atua como primeiro violoncelista da orquestra), apresenta a peça erudita neste sábado, dia 13 de julho, às 20h, na Casa de Ópera de Ouro Preto. Há quem possa estranhar o fato de uma saudação a Brasília ser executada numa cidade histórica de Minas Gerais, mas existe uma explicação muito lógica para isso.
O concerto lembra os 122 anos de Juscelino Kubitschek e os 48 anos de sua morte. O espetáculo tem produção de Cristiano Ayres Figueiredo e produção executiva de Sérgio Oliveira do Amaral. A produção musical e regência é de Robson Fonseca e os arranjos de Waltson Tanaka. O recitativo está a cargo do ator Jonas Bloch e as músicas são interpretadas por Aymi Shigeta no piano, Jovana Trifunovic no violino, Katarzyina Druzd na viola, Lucas Barros no violoncelo, Renata Xavier na flauta, Wagner Mayer no trombone e Fábio Ogata na trompa.
“Brasília: Sinfonia da Alvorada” é uma obra em cinco movimentos, muito inspirada em Heitor Villa-Lobos (1887-1959), um dos grandes ídolos de Tom Jobim. Ela raramente foi tocada ao vivo: sua estreia oficial da peça se deu em 1986, seis anos após a morte de Vinicius, na Praça dos Três Poderes, com Alceu Bocchino regendo a orquestra, Susana Moraes, filha de Vinicius, fazendo a leitura e, novamente, com a presença do maestro e compositor Radamés Gnattali.
Em 2003, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de S.Paulo) tocou trechos da peça erudita para o disco “Jobim Sinfônico”, que reunia obras orquestrais do compositor e maestro carioca.