Oliver Sykes avalia evolução sonora do Bring Me The Horizon
Vocalista de 38 anos conversou com a Billboard Brasil sobre a banda
Com 20 anos de carreira, o Bring Me The Horizon soube explorar e navegar bem entre os gêneros ao longo da trajetória. A banda britânica formada em 2004, liderada por Oliver Sykes, já passou pelo deathcore, metalcore, post-hardcore e se estabeleceu como referência no rock, usando elementos do pop e da música eletrônica.
O álbum mais recente do grupo é “Post Human: NeX GEn”, muito elogiado pela crítica na época do lançamento, em maio deste ano. O jornal britânico “The Guardian” deu nota máxima para o projeto. “Fazer esse disco foi uma montanha-russa de emoções”, diz Oliver em entrevista para a Billboard Brasil.
“Muita coisa aconteceu nos últimos anos. Um integrante saiu, tivemos altos e baixos, e estávamos muito ocupados a ponto de termos um burn out. Foi bom lançar o álbum e fico feliz que as pessoas tenham gostado”, acrescenta.
O vocalista de 38 anos afirma que ser gosta de ser elogiado, mas sua principal preocupação e foco é gostar dos trabalhos faz. “Se estou feliz, se me empolga. Eu estava muito confiante com esse disco, sem soar arrogante. Nunca me senti tão feliz com um álbum do começo ao fim.”
A banda se apresenta em São Paulo no dia 30 de novembro, no Allianz Parque. Os ingressos, a partir de R$ 195, estão disponíveis no site da Eventim.
Com três milhões de seguidores no Instagram, Oliver diz não olhar mais os comentários. “Eu percebi que não importa se todo mundo está falando bem da banda. Eu vou achar um comentário ruim e ficar [triste]”.
“Sei que algumas pessoas não ficaram felizes porque não é tão pesado [como antes] e tem momentos pop. Há 20 anos, era só death metal e hoje temos um balanço completamente diferente. Eu entendo e respeito a opinião de todo mundo. E entendi que se alguém diz algo ruim sobre a banda, não significa que não venha de um lugar de amor. Na verdade, vem de um lugar de tanto amor que eles estão se sentindo mal por não sermos mais a banda que eles querem que sejamos. No final do dia, somos a banda que queremos ser.”
Questionado sobre a liberdade criativa dentro do Bring Me The Horizon, Oliver afirma ser ponto crucial para a banda.
“Se você não consegue encontrar uma raiz para ser capaz de gostar, expandir e mudar [a música], para onde você vai? Como você continua como uma banda?”, explica. “[Ter liberdade] é honrar quem você é e honrar seus pontos fortes.”
“Tivemos que ganhar a confiança das pessoas. Sempre seremos uma banda de rock, sempre haverá gritos, emoções, paixão, temas pesados. Não poderíamos ser a banda de hoje se não tivéssemos abertura para experimentar, explorar e cometer erros.”
Oliver acrescenta que não tinha nenhum estudo vocal quando começou a banda. “Nunca aprendi a como cantar. Não era algo natural para mim. Eu era um cantor horrível, não cantava uma nota certa. Eu trabalhei muito e ainda trabalho muito [para aprender e estudar].”
“Estou feliz que nossos fãs, em sua maioria, aprenderam a confiar em nós nesse processo, porque isso vai continuar acontecendo. Nosso próximo disco não vai soar como nenhum álbum que já ouviram de nós, e vamos continuar fazendo isso.”