Morre Ziraldo: vida de artista foi homenageada com samba-enredo e musical
Cartunista marcou gerações com livros como ‘O Menino Maluquinho’
Morreu neste sábado (6) o cartunista Ziraldo. A informação foi confirmada pela família. O artista morreu dormindo em sua casa, no Rio de Janeiro, aos 91 anos. A causa da morte não foi informada. O velório acontece na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro, no domingo (7). A partir de 10 horas, o público pode se despedir do artista. O mineiro, natural de Caratinga, foi responsável por criar personagens e livros que marcaram gerações, como “O Menino Maluquinho”, de 1980.
Ziraldo foi homenageado em vida com diversas formas de arte. Ganhou músicas assinadas pela cantora Mart’nalia e pela compositora Maíra Freitas no musical infantil “Quero Ser Ziraldo – Uma Aventura Sobre as Obras do Autor”, que celebrou os seus 82 anos, em 2015.
O Carnaval também transformou Ziraldo em um de seus personagens. O escritor foi celebrado pela escola de samba Tradição, do Rio de Janeiro, com o enredo “Ziraldo: Páginas da Vida de um Maluco Genial!” , de 2012.
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Além das homenagens musicadas, a música também era presente em sua família. Seu filho, Antonio Pinto, é compositor de trilhas de cinema. Participou de “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”, além de filmes internacionais. Ele chegou a ser indicado ao Globo de Ouro de melhor canção original pela faixa “Despedida”, composta com Shakira para o filme “O Amor nos Tempos do Cólera”.
Antonio também fez parte da trilha sonora do filme “O Menino Maluquinho”, de 1995, que levou para o cinema a obra de seu pai. Além dele, nomes como Rita Lee, Milton Nascimento, Sandy, e MC Marcinho também participaram do projeto.
Além de Antonio, Ziraldo era pai da dramaturga Daniela Thomas e a da diretora Fabrizia Pinto.
Vida e obra
Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG). Começou a carreira nos 1950 e fez parte de publicações importantes, como o “Jornal do Brasil” e “O Cruzeiro”. Chargista, caricaturista e jornalista, Ziraldo foi um dos fundadores nos anos 1960 do jornal “O Pasquim”, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.
Em 1960 lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, “Turma do Pererê”, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil.
Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil, a obra de arte “Flicts”. Em 1979, passou a se dedicar à literatura para crianças. Seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, saiu em 1980 e ganhou muitas versões e formatos ao longo dos anos.