Mais que vida pessoal: série de Luísa Sonza debate pressão em cima de cantores
Cantora mostrou problemas de saúde com o corpo e também psicológico
O documentário de Luísa Sonza foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais desde o lançamento, na quinta-feira (14). Muito além da vida pessoal da cantora de 25 anos –que fala sobre o fim de seu casamento com Whindersson Nunes, seus relacionamentos amorosos e a luta contra o machismo na família –, a série traz os holofotes também para a pressão da indústria musical em cima dos artistas.
Em determinado momento, a série mostra uma sequência de seis shows em cinco dias da cantora. “Eu vou morrer. Tô bem triste. Mas é muito show, como vai ficar minha voz?”, respondeu Luísa ao escutar sua agenda da semana.
Essa é apenas uma das citações sobre o preço que Luísa paga para ser uma das cantoras mais ouvidas do país – ela liderou os charts ao lançar seu último álbum nesse ano.
O documentário ainda mostra uma pausa de 15 dias que Luísa fez após sofrer diversos ataques nas redes sociais. “Mas não se cura uma cabeça em 15 dias no México”, disse um integrante da equipe da cantora. Ela voltou da viagem e brilhou com o lançamento de “DOCE 22”. Mesmo assim, admite que estava mal da cabeça.
“A coisa que você mais ama na vida passar a ser a coisa que você mais odeia, te suga, te deixa cansada, exausta. Te deixa mal, depressivo. A vida vira de cabeça para baixo”, falou antes de citar sete shows em cinco dias, três shows em um dia.
“A adrenalina é muito alta em um show. Voltar para o hotel e dormir, impossível. Não conseguia dormir quando não tinha show. Você não vai dormir domingo, segunda, quando está regulando, na quinta, você volta para o show”.
“Aí você entende porque artista fica doido, eu entendia racionalmente. Daí você entende de um jeito… Esse é o preço que a gente paga”, completou.
E não é apenas a parte mental que é um preço que precisa ser pago, a física também. Sem conseguir dormir direito, passou a fazer tratamento, com uma fono, para não prejudicar a sua voz. Durante uma passagem, descobriu que tinha quatro úlceras, uma maior e outras menores. “Eu achava que estava enfartando”.
O esforço foi tanto que ela teve um grave desgaste nas cordas vocais e quase precisou de cirurgia. A notícia que poderia voltar a cantar fez com que Luísa desabasse: “Eu estou aliviada, acho que vou chegar no meu quarto e chorar umas três horas”.
Pressão afeta outros cantores
A situação exposta por Luísa não afeta apenas a cantora. Outros grandes nomes da música brasileira já passaram por situações semelhantes recentemente.
Em agosto, Wesley Safadão deu uma pausa de um mês na agenda de shows para tratar as crises de ansiedade. Na época, ele falou sobre a dependência da equipe em seu trabalho. Lucas Lucco anunciou em dezembro que se afastaria dos palcos para cuidar da saúde mental.
No exterior, o cenário é o mesmo. Shawn Mendes está em pausa desde julho de 2022. Justin Bieber veio ao Brasil no ano passado e se apresentou no Rock in Rio –visivelmente mal, mas dando tudo de si. Essa foi a última apresentação dele até o momento.