Ludmilla levará Numanice para EUA e Portugal: ‘Todo mundo cobiça’
Cantora foi capa da Billboard Brasil em novembro
A cantora Ludmilla se inspirou nas suas resenhas caseiras da adolescência para criar o projeto “Numanice”. O espetáculo se desdobrou em três álbuns, virou um evento badalado que já rodou o Brasil e, em breve, zarpa a bordo de um navio.
“A ideia surgiu quando fui a um cruzeiro [risos]. Amei a vibe. Adoro esse universo, tenho lancha em Angra dos Reis. A inspiração para o meu trabalho é a minha vida. Então, decidi, comentei com a minha equipe e simplesmente anunciei o navio. Vai ser do caralho”.
Importante esclarecer: o “Numanice” não é apenas festa. Em julho, Lud ofereceu ingressos para quem doasse sangue. No Rio de Janeiro, a iniciativa bateu recorde de doações num único dia –foram 550 bolsas, e mais de 2.000 ao longo de três dias, em todo o estado. A cantora ainda tentou replicar a ideia em Belo Horizonte, mas foi impedida por “questões legais” –segundo o Hemominas (fundação responsável por receber as doações de sangue), é proibido oferecer benefícios, direta ou indiretamente, ao doador.
O produtor musical Umberto Tavares, de trabalhos com Anitta e Buchecha, afirma que a trajetória de sucesso de Ludmilla foi natural –e proporcional ao seu talento. Os dois se conheceram ao gravar “Sem Querer”, primeiro single de Lud na Warner. “Ela sempre amou pagode, mostrou composições, toca cavaquinho. O ‘Numanice’ não é oportunista. É uma paixão dela. É brilhante uma mulher preta, num país racista, conquistar isso tudo no funk e no pagode.”
Internacionalização
A meta, agora, é internacionalizar o “Numanice” . “Todo mundo cobiça, no Brasil ou fora daqui”, conta Lud. Para isso, já garantiu dois destinos: Miami, nos Estados Unidos, e Lisboa, em Portugal. Em terras brasileiras, o show é elogiado pela concepção e produção. Críticas, só ao preço dos ingressos que, no “maior Numanice de todos os tempos”, no Engenhão, iam de R$ 100 a R$ 700.
A idealizadora, que cita um show gratuito como o mais especial de sua carreira, diz entender os questionamentos, mas valoriza o próprio passe.
“Um evento como o ‘Numanice’ é caro, não é produzido com R$ 10. Ninguém pode reclamar de filas, de bebida de má qualidade ou de algo do tipo. Você imagina alguém indo na loja da Gucci e reclamando que uma bolsa custa R$ 25 mil? É o preço da qualidade, e o ‘Numanice’ é um evento de qualidade. Acho o preço dos ingressos justo pelo investimento que fazemos.”