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Léo Santana é alvo de caretice religiosa após vinheta (antiga) de show ‘polemizar’

Léo Santana é alvo de caretice religiosa após vinheta (antiga) de show ‘polemizar’

O boi zebu realmente mexe com a imaginação e o medo de muita gente

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“Ei, e aí, vocês estão curtindo o maior baile do Brasil? Aqui é onde toda a santinha perde o juízo, onde você toma uma e vira um perigo, é abastecido com aquele combo que você desce gostoso até o show. Aqui você pode sair beijando de boca em boca, aqui no Baile da Santinha você pode curtir em alta e sem moderação”, diz uma voz em tom grave, simulando o que seria a voz de um demônio da pagodeira, na abertura do show de Léo Santana.

Naturalmente, o Brasil católico-evangélico questionou a imagem. “Não é novidade nenhuma que essa turma do show business tá tudo envolvida com satã o ambiente é de intensa lascívia, as músicas estimulam promiscuidade tudo que o capiroto quer pra humanidade fazer companhia com ele no inferno”, tuitou o perfil verificado Pastor Redpill no post publicado pelo perfil da Pan. Você já sentiu o nível.

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A coluna de Fábia Oliveira, no Metrópoles, já havia apurado que a tal abertura já nem é mais usada por Léo Santana nos shows. Ela é de meados do ano passado e início desse ano.

A verdade é que a oposição chega a ser simples. O nome do baile do cantor baiano é “Baile da Santinha”, uma forma irônica de adjetivar as pessoas que às três da manhã estão, de fato, abraçando o capeta. No entanto, os comentários são, em sua maioria, condenatórios, em níveis que John Lennon não ouviu quando comparou os Beatles a Jesus Cristo.

“Ele queimou o filme dele. Literalmente kkkk No vídeo tá pegando fogo”, acrescentou outro usário. “Tudo acham que é uma alfinetada religiosa ou sei lá o que. Vocês nunca se esforçam o mínimo para entender o contexto e já saem criticando. Cada vez mais insuportável usar as redes sociais”, desabafou uma, representando a minoria dos comentários que deram de ombros à polêmica.

Ainda segundo o Metrópole, “a tal abertura polêmica não foi repercutida por inteiro. Isso porque o vídeo também conta com um recado dado por uma mulher, vestida de branco, fazendo referência a um anjo, a santinha”. Doideira.

Apesar de vazia, a polêmica é uma boa demonstração de que país é esse para além do “é a p… do Brasil” que acompanha a pergunta do refrão. Curiosamente, é durante o tocar suingado das bacurinhas da banda de Léo Santana que a Polícia Militar de Salvador ostenta uma demoníaca violência contra todo e qualquer folião que ouse estar em sua frente — mesmo que ele esteja em situação de carnaval: feliz, bêbado e entregue aos braços divino da festa. Não deixa de ser irônico encontrar, nas palavras dos comentaristas desse tipo de vídeo, os policiais na posição de defensores de alguma coisa.

Parece que Léo Santana, sem querer, sentiu o que todos os artistas, principalmente baianos, sofrem quando signos do inconsciente religioso aparecem: uma turba cisma em associá-los e também o seu sucesso (e também a umbanda e o candomblé) ao diabo.


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