João Marcello Bôscoli leva programa de novidades musicais para a TV
'O Novo Sempre Vem' nasceu originalmente na rádio Novabrasil FM
Em junho de 2024, o produtor musical João Marcello Bôscoli estreou, na Novabrasil, o programa “O Novo Sempre Vem”. Basicamente, era a versão radiofônica de algo que sempre permeou a sua carreira: descobrir e incentivar a formação de novos nomes da MPB, do pop, do hip hop e o que mais surgir. Transmitida em rede nacional todas as terças e sexta-feiras, sempre às 18h30, a atração deu tão certo que se estenderá para outras plataformas.
“O Novo Sempre Vem” se transformará num programa de televisão, exibido no canal da Trama no YouTube. O início das gravações está previsto para a segunda quinzena de maio.
O formato audiovisual traz muitas vantagens em relação à rádio. Um deles está na sua duração. As duas canções que são tocadas na rádio se transformam numa apresentação completa, com imagens de alta qualidade e captadas em multicanal. Haverá também uma câmera imersiva (VR), que oferecerá ao público diferentes perspectivas do ambiente, proporcionando uma experiência visual mais envolvente.
“Temos observado com entusiasmo uma cena efervescente, com propostas originais, linguagem própria e um forte senso de identidade. E isso precisa ser apoiado e estimulado. Queremos que ‘O Novo Sempre Vem’ seja um catalisador de tudo de interessante que está sendo feito. Um espaço para a música feita com respeito, qualidade, onde o artista possa se expressar com liberdade”, diz João Marcello Bôscoli. Abaixo, ele esclarece ainda mais os propósitos de seu programa em entrevista exclusiva para Billboard Brasil.
Primeiro, como nasceu O Novo Sempre Vem na rádio e por que decidiu levar para a televisão?
Conversando com a Novabrasil, ficou clara a importância de um espaço em rede para apresentar artistas novos, gente que está chegando. Um lugar de contribuição para a construção e consolidação artísticas.
Registrar a imagem dessa cena musical contemporânea é uma evolução natural desse processo.
As performances ao vivo em um estúdio de música, os encontros, as conversas — tudo isso faz parte do programa “O Novo Sempre Vem”, o primeiro do nosso canal.
Como é o processo de seleção dos artistas? Você escuta exatamente tudo o que é mandado para você ou existe algum time de curadores?
É impossível ser feliz sozinho. (rsrs). Conto com pessoas com pontos de vista dissonantes e complementares ao meu. O artístico da rádio, os músicos, jornalistas, produtores e os próprios artistas. A Trama é um substantivo coletivo.
Você é filho de uma artista que impulsionou o trabalho de autores como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ivan Lins, Milton Nascimento e João Bosco. A eterna busca pela boa qualidade da música é genética?
A curiosidade e um interesse contínuo por aquilo que está nascendo talvez sejam genéticos. Há muita gente nova fazendo uma variedade e uma quantidade de música jamais vistas.
A explosão dos estúdios (caseiros e de pequeno porte) levou a produção a patamares nunca vistos. Novos softwares, novos instrumentos, novos processos criativos. Queremos ser mais um espaço onde a pós-MPB pode chegar e tocar.
Existem centenas de talentos em busca de um veículo de imprensa que os descubra. Você acha que os tempos atuais são mais difíceis para desenvolver uma carreira?
Os “tempos atuais” sempre foram difíceis. Cada momento histórico tem seus desafios próprios.
Para o artista, ser notado segue como um ponto central. Se hoje em dia há, por um lado, ferramentas tecnológicas eficientes e lúdicas para todo artista usar, por outro, há cerca de 90 mil novas faixas sendo lançadas por dia. Destacar-se nesse mar de informações é uma tarefa e tanto, um grande desafio. É aí que entramos: um lugar onde a música é o mais importante, o centro de tudo.
Qual o conselho que você daria para quem ainda sonha em ter uma carreira artística?
Amar o que faz, dedicação total, cuidar da saúde, manter a curiosidade acesa, não depender da opinião de estranhos para ser feliz e colocar a música em primeiro lugar.
