Grito? Luísa Sonza mostra que é mais do que números em fim de semana de sonho
Você pode amar ou odiar a cantora, mas não pode negar seu destaque no The Town
Luísa Sonza provou no primeiro fim de semana de The Town que é uma grande artista e que vai muito além dos famigerados números. Você pode amar ou odiar a cantora, mas dificilmente poderá negar seu destaque em dias em que ela cantou com Demi Lovato, Bebe Rexha, transformou o festival em micareta, beijou muito o namorado Chico Moedas, e teve a prova da consagração de seu novo disco de cima do palco do festival.
A cantora de 25 anos abriu a apresentação com “Carnificina” e emendou o hit “Mulher do Ano”, dando o tom do que seria o restante da apresentação.
Coreografias de tirar o fôlego (menos o dela e do time de bailarinos, que fizeram um show a parte), banda com arranjos fortes em meio a um mercado que prefere deixar os instrumentos orgânicos de lado, trocas de look e cenografia seguindo o conceito do disco. Luísa provou que sabe o que fazer quando sobe no palco e que o disco “Escândalo Íntimo” ficou ainda melhor no ao vivo.
ARTE. https://t.co/pGBcqxAh7c
— Liv Brandão (@livbrandao) September 3, 2023
“A Dona Aranha”, que brinca com versos em português e inglês, fez o público dançar; “Luísa Manequim” levou os ritmos do pop rock para o festival. O show foi como uma montanha-russa: a primeira parte com músicas dançantes. Seguida da calmaria – abrindo com “Principalmente Me Sinto Arrasada” (um trap que se transforma em sofrência e depois vira um pianinho animado), com “Penhasco”e “Penhasco2” emendadas, sem dar tempo de a gente recuperar o choro.
A finaleira da apresentação volta com o batidão, com hits como “Anaconda” e “Modo Turbo”, com direito a transformar o autódromo em uma micareta. Em “Chico”, declarou seu amor para as milhares de pessoas que a assistiam no Autódromo e de casa. O rapaz, que ficou tímido com os versos românticos ao vivo, ganhou a maior serenata que alguém poderia receber.
“Lança Menina”, uma bonita homenagem à Rita Lee, fez todo mundo sair do chão, inclusive Luísa, que subiu nas costas de um segurança e foi para a galera – o sorriso de “missão cumprida” da cantora foi repetido pelos fãs. O apoio do público ainda foi visto outras duas vezes: quando a cantora cantou “Penhasco2” com Demi Lovato um dia antes e foi ovacionada por quem estava presente e ao participar do show de Bebe Rexha horas depois do show solo.
“Penhasco2”, a segunda mais ouvida do álbum, tem uma crescente. Luísa a inicia mais baixo, com notas mais graves e suaves, bem intimista. A explosão vem com a junção da potente voz de Demi Lovato e da brasileira. Os famigerados “gritos” (muito bem harmonizados, inclusive) das duas requerem muita técnica vocal, aulas de canto, sessões de fonoaudiologia, cuidados com a voz, estabilidade de respiração, e por aí vai… “Gritar”, ainda mais sem desafinar ou sair do tom, não é fácil. Quem sabe faz ao vivo, né?
E esse encontro, hein, Brasil? https://t.co/mR5CuRPlko
— Billboard Brasil (@billboardBr) September 3, 2023
Os haters, que fazem parte de qualquer carreira de cantora pop, não pouparam as críticas ao disco e ao show. A cantora soube aproveitar desse engajamento negativo quando lançou “Campo de Morango” – ela sabia que o melhor estava por vir. O fim de semana de Luísa Sonza foi perfeito demais para ela se incomodar com quem não gosta de suas músicas.
A qualidade do disco, produção, composições, surpreendeu todo mundo (inclusive a repórter que aqui escreve). De “Pandora” (2019), passando por “DOCE22” e se consagrando com “Escândalo Íntimo” (2023), Luísa amadureceu musicalmente e com os shows no The Town colocou a barra das expectativas lá em cima.