Franklin Costa, cofundador da OCLB, fala sobre o papel da curadoria em eventos
Executivo e sua sócia vivem como nômades digitais em várias cidades do mundo
“Curadoria vem de cuidar”, diz Franklin Costa, acostumado a transitar entre mundos que muitas vezes parecem opostos: o das políticas públicas e o das grandes marcas; o da tecnologia de ponta e o das raízes culturais brasileiras. Para ele, a curadoria é um jogo de xadrez entre interesses diversos e o que realmente importa ser debatido. “É sobre construir experiências com propósito — e com contexto.”
Franklin é cofundador da consultoria OCLB, ao lado da sócia e esposa, Carol Soares. Juntos, eles assinam a curadoria de eventos que cruzam inovação, cultura e impacto social. Entre festivais de música, conferências globais, o casal vive há anos com uma mala e uma mochila cada um, morando em hotéis e Airbnb’s, sempre entre um projeto e outro.
“Nosso trabalho não é produzir o evento. A gente desenha o conteúdo, o conceito, a narrativa da experiência. A parte executiva tem gente melhor que a gente pra fazer”, explica ele. A fala vem com a tranquilidade de quem entendeu seu papel num ecossistema em constante transformação — e que sabe se adaptar sem perder o eixo.
A origem dessa inquietação está nas pistas de dança. “A música eletrônica me ensinou sobre inovação. Eu co-criei o primeiro festival do tipo no Rio. E ficava me perguntando: por que 30 mil pessoas iam pra um sítio no mato sem nenhum canal tradicional de divulgação?” A resposta, segundo ele, estava no marketing de comunidade — e o levou a fundar sua primeira agência digital, a Movimento, ainda nos primórdios das redes sociais. “Fiz as primeiras fanpages do Burger King, Nike Shox, Coca-Cola. Era quando o social media era mais ‘social’ que ‘mídia’.”
Hoje, a OCLB se debruça sobre temas como descarbonização, inteligência artificial, futuro do trabalho, cultura digital, diversidade e cidades regenerativas. Sempre com uma premissa: conteúdo sem contexto é só informação solta. “A gente precisa provocar conversas que gerem reflexão. E criar espaços em que essas conversas possam acontecer.”
Franklin enxerga os eventos como plataformas de transformação. E mesmo depois de tantos anos e quilômetros rodados, ainda se emociona ao ver ideias ganhando corpo, públicos se conectando e narrativas sendo ressignificadas. “Eu digo que tenho três vidas. A do clubber, a do empreendedor e a do curador. Mas a música segue comigo, agora de um jeito mais íntimo. É ela que me lembra por que eu comecei.”
Assista ao episódio completo: