‘Faltou transparência’, diz irmão de Marília Mendonça sobre inquérito policial
'Para a família continua a dúvida', afirmou João Gustavo
O irmão da cantora Marília Mendonça (1995-2021) não está satisfeito com o resultado do inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais que culpabilizou o piloto e o copiloto pelo acidente aéreo que gerou a morte da cantora e dos tripulantes em 2021.
Em entrevista ao “UOL”, João Gustavo afirmou seguirá acompanhando os trâmites legais do processo e disse não acreditar que o caso tenha sido solucionado.
“Faltou transparência. Para a família continua a dúvida. Achamos que para eles foi cômodo culpar os pilotos e isentar a companhia energética de Minas Gerais. Eles mesmo se culparam sinalizando os fios de alta tensão após o acidente. Isso é um fato, e contra fatos não há argumentos”.
Já Robson Cunha, advogado que representa a família de Marília Mendonça, reclamou da demora para conclusão do inquérito policial e da demora para acessar informações.
“O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos ‘rasos’ da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”.
Inquérito concluído
Nesta quarta-feira (4), A Polícia Civil de Minas Gerais fez uma coletiva de imprensa para dar detalhes sobre a conclusão do inquérito sobre o acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça.
Segundo as investigações, houve imprudência e negligência do piloto, Geraldo Martins de Medeiros, e do copiloto, Tarcísio Pessoa Viana.
A conclusão da polícia foi de que houve homicídio culposo, mas como os dois indiciados morreram no acidente, há a extinção da punibilidade e, por isso, os investigadores pediram o arquivamento do caso à Justiça.
O acidente
Além de Marília Mendonça, o piloto e o copiloto, estavam na aeronave o assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, e o produtor, Henrique Ribeiro.
O acidente aconteceu no dia 5 de novembro de 2021. Segundo as investigações, a aeronave com as cinco pessoas caiu na região do município de Piedade de Caratinga após colidir com cabos de uma torre de transmissão da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig).
Vazamento
A Justiça do Distrito Federal condenou André Felipe de Souza Alves Pereira a dois anos de detenção pelo crime de vilipêndio de cadáver. Ele divulgou fotos da autópsia de Marília Mendonça.
Na sentença definida no dia 27 de setembro e obtida pela Billboard Brasil, o juiz Max Abrahão Alves de Souza apontou que, em abril de 2023, André Felipe divulgou as fotos na internet de forma “consciente e voluntária”.
“[Essas imagens] invocaram grande apreço popular, circunstância que comprova o dolo inerente ao tipo penal”, disse o juíz na decisão.