The Weeknd exalta amizade com Anitta e dá detalhes sobre parceria
Cantor canadense se apresentou em São Paulo neste sábado (7)
A escolha de São Paulo para o início da nova turnê de The Weeknd não se deu à toa. O cantor canadense –capa da 10ª edição da Billboard Brasil– esteve na cidade em outubro passado, cantando em duas noites esgotadas no Allianz Parque com o show “After Hours Til Dawn”.
Na ocasião, o produtor norte-americano Mike Dean (de trabalhos com Jay-Z, Lana Del Rey e Kanye West) pediu uma gravação de voz para Anitta como complemento para o set especial da performance do artista.
O resultado foi além do esperado: com base no material enviado pela brasileira, Abel Tesfaye –nome real do cantor– compôs a música que se tornou ponto central do novo show. O álbum se chama “Hurry Up Tomorrow”.
“Anitta é uma grande amiga. O que ela mandou era tão foda que criamos a música”, elogia The Weeknd, em entrevista exclusiva à Billboard Brasil para falar de sua nova era.
“Sabíamos que aquilo era especial demais para só tocar no palco. Vimos um grande potencial na música e encontramos a batida, que é o coração do show”, explica.
No show em São Paulo, no sábado (7), os dois apresentaram o single, que tem um sample de “Abre as Pernas, Mete a Língua”, de Tati Quebra Barraco.
Anitta afirma ter realizado um sonho. “Fiz uns versos na brincadeira e nunca imaginei que fossem virar sérios. De repente, eu recebi a música pronta. Eu amei! Me senti muito honrada e lisonjeada”, diz a cantora para a Billboard Brasil. “Sempre fui muito fã dele e do trabalho. Nunca imaginei que isso fosse acontecer e agora é um sonho realizado. É um pouquinho mais de funk brasileiro, como prometido, pelo mundo.”
Trajetória de The Weeknd
Abel nasceu em Toronto, no Canadá, filho de imigrantes etíopes. Inspirado por Michael Jackson, descobriu o amor pela música ainda jovem. Ele já revelou que era penalizado por cantar em momentos inoportunos, como nas aulas da escola ou na mesa de jantar. Mesmo desencorajado, lançou a primeira mixtape como The Weeknd, “House of Balloons”, em 2011, enquanto dividia o tempo entre a arte e o trabalho em uma varejista de roupas norte-americana.
O projeto entrou no Billboard 200, antecipando o sucesso dos lançamentos seguintes. “Wicked Games”, o primeiro single, estreou em 53º lugar no Hot 100 em 2013. Nos anos seguintes, ficou em primeiro lugar do chart com hits como “Can’t Feel My Face”, “Save Your Tears” e “Die For You”.
Questionado sobre os cuidados com a mente, o cantor é ainda mais honesto. Brutalmente honesto, como raramente se vê no showbiz.
“É curioso você falar disso. Acabei de ter um ataque de pânico logo antes desta entrevista. Minha ansiedade é uma batalha constante, e sinto que ela nunca vai embora. Estou aprendendo a controlá-la, mas já percebi que faz parte da minha vida. Não consigo escapar.”
Abel passou uma fase da adolescência vivendo nas ruas, mas garante: a principal dificuldade que enfrentou na vida foi o questionamento sobre seu propósito e sua conexão com a arte.
“O maior desafio é não saber se você foi feito para isso, não saber se era para ser. A maioria das pessoas ainda não sabe. Sinto que tenho muita sorte. Consegui pegar esses sentimentos depressivos e niilistas e colocá-los no meu trabalho. Isso acabou sendo a minha terapia”, diz ele, citando a corrente filosófica que acredita que a vida não tem valor ou propósito, frequentemente associada ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Esta reportagem está na edição #10 da Billboard Brasil; veja aqui