Com Zeca Camargo e sem funk: BH não cita gênero em virada eletrônica do Carnaval
Projeto estadual promete revolucionar carnaval mineiro


Dona de uma das vertentes mais populares do funk, Belo Horizonte ganhou programação eletrônica para o Carnaval com direito a Zeca Camargo e nenhuma atração do funk de graves brisantes e MTGs que dominaram o Brasil em 2024.
Chamado de “Via das Artes”, o projeto estadual —e virada eletrônica— terá como protagonista o DJ (e também apresentador) Zeca Camargo. No entanto, berço de artistas como WS da Igrejinha e Anderson do Paraíso, e de uma das maiores vertentes do gênero, a cidade não terá o funk na programação oficial.
A pista será nas avenidas Brasil, Amazonas e Andradas em palcos a céu aberto, do dia 1 ao dia 4 de março, à noite. Além do apresentador e DJ, a cidade receberá discotecagens de jazz, soul, blues house, techno, e tribal —como especificado na programação oficial. No entanto, não há menção ao funk —tampouco o nome dos DJs que estão na programação.
No site oficial do lançamento do projeto, a secretária adjunta de Comunicação de Minas Gerais, Bárbara Bottega, diz que a iniciativa de sonorização nas avenidas partiu de um pedido dos próprios blocos e que abrange a “diversidade cultural de Minas Gerais”. Curiosamente, o ritmo mais popular da capital ficou de fora.
Após os questionamentos da Billboard Brasil, o Governo de Minas Gerais, por meio da assessoria da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) informou que, apesar de o gênero não ter sido citado na programação, que “a ‘Virada Eletrônica’ será uma celebração da diversidade sonora e da liberdade criativa que sempre caracterizou a música eletrônica. Serão contemplados gêneros como funk, techno, tribal, house, EDM, entre outros, que são influências marcantes e fundamentais em uma festa eletrônica de grande porte”.
Ainda de acordo com a secretaria, a programação “ainda está sendo cuidadosamente montada, com a seleção de DJs e MCs em andamento, para garantir uma experiência vibrante e plural para o público. A proposta é oferecer uma festa que ressoe com as diferentes vertentes da música eletrônica, criando um ambiente inclusivo e de integração para todos os amantes da cena”.