Com 20 anos de carreira, o ‘chef’ DJ Nyack segue entregando os melhores ingredientes
DJ e produtor fará festa temática em São Paulo neste domingo


Completando 20 anos de carreira, DJ Nyack é um dos grandes chefs na cozinha do hip hop.
Neste domingo (30), ele arrumou um tempo na sua agenda como dono das pick-ups nos shows do Emicida para comandar a festa “Algorítmico – Long Set“, numa edição especial e inédita, batizada de “Brainstorm”. Serão oito horas de discotecagem no emblemático Edifício Martinelli, no Centro de São Paulo.
“Vai ser uma festa importante por conta da data, pelos 20 anos de carreira, e quero fazer algo especial. Vou trazer minha bagagem, minha musicalidade, abraçando vários gêneros”, conta Nyack, em entrevista para Billboard Brasil.
A alma de chef
Nyack é um homem calmo e acredita que a profissão de DJ tem muito a ver com quem trabalho na cozinha de um restaurante. Ele mesmo explica a analogia.
“O DJ tem que oferecer o seu trabalho, o seu melhor ali na questão musical, para desconhecidos. Eu preparo o meu melhor e não sei quem vai me assistir. É igual um chef de cozinha, que tem que preparar o melhor prato e ele nem faz ideia de quem vai comer”.
E a analogia também é usada para uma situação comum entre DJs: os “pidões”, aqueles que interrompem o set para pedir uma canção ao profissional.
Nyack conta que a frequência desse tipo de episódio vem se tornando cada vez menor. É aquela brincadeira: é raro, mas acontece sempre.
“Eu tiro de letra, muitas vezes finjo que nem vi ou ouvi, ou falo que não tenho a música que a pessoa pediu. E as pessoas não tem noção do quão chato isso é, porque tem todo um planejamento do set ali, algo todo construído e não dá para ser tão aleatório. Até porque, a gente pode perder a pista, estragar toda uma festa. É igual alguém pedir um prato com um ingrediente muito estranho, não vai dar bom”, explica.
Inteligência analógica
Quem acompanha Nyack nas redes sociais percebe que o DJ não pode ser classificado como um influenciador. Sua frequência de postagens é baixa, mas ele diz se esforçar para interagir.
Nos últimos tempos, ele entrou na onda dos mashups e vem compartilhando alguns trabalhos com seus seguidores.
Fã dos vinis e adepto de garimpar samples, ele comenta o uso da inteligência artificial nos trabalhos atuais, principalmente nos mashups.
”Existem várias ferramentas que separam vocal e instrumentam, mas que recriam vocal. Não sou contra o uso, tem bons trabalhos por aí, mas eu não uso. Eu faço na mão, é um trabalho mais artesanal, porém é o que resulta em algo que considero mais refinado”.