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Brasileiro honorário, Iron Maiden faz show consagrador em São Paulo

Brasileiro honorário, Iron Maiden faz show consagrador em São Paulo

As performances do sexteto inglês fazem parte da 'Future Past Tour'

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Bruce Dickinson 1

Uma das minhas anedotas prediletas em relação ao Iron Maiden é a de que eles jamais saíram do Brasil: os integrantes do sexteto inglês de heavy metal moram num condomínio em Vinhedo (cidade localizada a 75km de São Paulo) e saem de seu porto seguro quando o caixa está baixo –uma atitude compreensível, visto o custo de vida local. A apresentação de ontem, no Allianz Parque, foi a décima quarta deles em terras brasileiras e fez parte da “Future Past Tour”, cujo encerramento está marcado para a noite de hoje no mesmo local.

Brincadeiras à parte, o Iron Maiden é uma das instituições mais sólidas do heavy metal que surgiu na segunda metade dos anos 1970. Comandado pelo baixista Steve Harris, que mantém um estilo “galopante” de condução, ele se alia à batida firme do baterista Nicko McBrain, as guitarras de Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers e dos vocais de Bruce Dickinson, que se alterna entre o operístico e os gritos primais do heavy metal. Ah, sim, e são senhores do palco: poucos números têm tanta entrega quanto uma performance do Iron.

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A “Future Past Tour” se sustenta em dois álbuns do sexteto inglês: “Senjutsu”, o mais recente deles, lançado em 2021. E “Somewhere in Time”, de 1986, que alternou canções com temas da antiguidade (“Alexander the Great”, que nunca tocaram ao vivo) e com um pé no pop –caso de “Wasted Years”, que fecha o show. O sexteto ainda recupera canções da carreira ou que há tempos não tinham primazia no seu setlist. Há, por exemplo, “The Prisoner”, uma das faixas mais vibrantes de “The Number of the Beast” (1982). Ou “Can I Play With Madness”, lançada no disco “Seventh Son of a Seventh Son”, de 1988 –tinha um clipe estrelado por Graham Chapman, autor do grupo humorístico Monty Python.

“Quem aqui nasceu depois de 1986?”, pergunta Bruce Dickinson. Boa parte das pessoas no Allianz Parque levantam as mãos (e havia pais que levaram seus filhos pequenos para assistir ao show). A resposta do público é a resposta do porquê do Iron Maiden ser tão popular. Eles criaram uma sonoridade única a partir de suas maiores influências –o hard rock do grupo inglês UFO, os gritos de Ian Gillan, do Deep Purple, o peso do Black Sabbath, criador do heavy metal, entre outros– e possuem uma discografia consistente. Suas performances têm uma entrega máxima, unida a um pouco de pirotecnia e às participações especiais de Eddie, caveira de mais de dois metros de altura a mascote do grupo.

Eddie
Eddie, mascote do Iron Maiden (Divulgação)

Acima de tudo, o Iron Maiden tem repertório. Um dos atrativos da “Future Past Tour” era justamente largar sucessos incontestáveis (“The Number of the Beast” e “Two Minutes to Midnight”, por exemplo, e focar no lado B. Que é tão bom quanto os sucessos. Por fim, eles entregam: são duas horas de espetáculo no ponto máximo de ebulição, onde Dickinson atua como melhor mestre de cerimônias que uma banda poderia ter. Missão cumprida, que o Iron Maiden tenha um Feliz Natal e uma excelente passagem de ano em seu condomínio em Vinhedo.

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