Se o Sum 41 não foi trilha sonora da sua adolescência nos anos 2000, você viveu errado. As letras, como as de qualquer banda de rock da época, abordavam as dores da juventude, as crises existenciais em uma sociedade moedora de sonhos e as desilusões amorosas.
Trinta anos depois, a banda se despede da música com um álbum nostálgico, mas atual. “Heaven :x: Hell” é um disco duplo: são 20 músicas, divididas em uma sonoridade mais pop punk e outra parte mais heavy metal.
O álbum, inclusive, não teria nascido se não fosse pela despretensão do vocalista e compositor, Deryck Whibley, em escrever novas músicas nessa pegada.
“Me pediram para compor para outras pessoas, mas quando vi o resultado, percebi que não queria entregar essas músicas”, ele conta em bate-papo exclusivo com a Billboard Brasil.
O processo ficou ainda mais fácil com a ajuda do filho, Lydon Igby, que nasceu em abril de 2020. “Tivemos ele logo no início da pandemia. A gente saía para andar de carro porque era a única maneira de sair de casa”, explica.
“Descobrimos que ele parava de chorar toda vez que tocávamos uma playlist de punk rock. Eram as músicas que a gente costumava a ouvir na escola. Isso me ajudou a voltar ao mesmo tipo de mentalidade que eu tinha antes”.
Esse “antes” a que Deryck se refere é a época do estouro do Sum 41, no começo dos anos 2000, com álbuns de sucesso como “All Killer No Filler” (2001), “Chuck” (2004) e “Underclass Hero” (2007).
“No início da pandemia, eu não queria fazer nada do Sum 41. Eu estava trabalhando com a banda desde os 18 anos, quando eu me formei na escola. Eu queria deixar isso de lado. Mas comecei a receber pedidos para trabalhar em canções pop punk para outros artistas e percebi que queria ficar com elas para mim.”
O novo disco rendeu um novo hit, “Landmines”, com mais de 15 milhões de streams no Spotify, provando que o movimento deu certo. Em turnê de despedida, o Sum 41 não vai ser um daqueles grupos que passaram décadas e décadas com seus shows finais. Em 2025, devem fazer suas últimas apresentações nos Estados Unidos e, quem sabe, incluir o Brasil. Eles vieram ao país pela primeira vez em 2016 –está na hora de voltar, ao menos para dar tchau.
“Desde o começo eu ouvia as pessoas dizendo que nossa música as ajudavam com depressão ou coisas assim. Nunca entendi antes porque era meio jovem”, explica Deryck. “Eu nem sabia sobre o que realmente estava escrevendo. Foi só quando fiquei mais velho que pude entender”.
“Temos uma balada chamada ‘With Me’. Em todos os shows, sempre aparecem gente sendo pedida em casamento ou chorando muito. Não posso perguntar nada porque estou no palco, mas sinto que a música significou algo de verdade na vida dessas pessoas em algum momento.”
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