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Yeah Yeah Yeahs: goleada à prova de VAR

Yeah Yeah Yeahs: goleada à prova de VAR

Grupo americano de rock veio de última hora para ser um destaque de The Town

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No futebol, é comum se deparar com a história do reserva que muda a história do jogo. Explicando melhor: o sujeito entra em campo no calor da batalha, substituindo o craque do time, e acaba fazendo dois, três gols, se tornando o herói da partida. O mesmo pode-se dizer do Yeah Yeah Yeahs, grupo americano que fez uma das apresentações mais incríveis dessa noite do festival The Town. Eles entraram de última hora, substituindo o Queens of the Stone Age cujo líder, vocalista e guitarrista, Josh Homme, passa por problemas de saúde. O resultado foi uma goleada histórica, daquelas que tem até gol de placa.

O Yeah Yeah Yeahs surgiu no início dos anos 2000, em meio a um novo levante do rock americano. São da mesma geração dos garageiros dos Strokes e dos soturnos do Interpol. Mas tinham – e tem! – pelo menos dois destaques em relação aos seus parceiros de geração: a vocalista Karen O e o guitarrista Nick Zinner.

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A cantora é uma performer de primeira linha, cujas influências vão do grupo psicodélico Grateful Dead e a jazzista Nina Simone a Shirley Manson, vocalista do Garbage (que fez questão de saudar de cima do palco). Como guitarrista, Zinner é mais um músico que explora efeitos e ruídos de seu instrumento do que solta centenas de notas por segundo. O que não é demérito algum: foi esse uso criativo da guitarra que o credenciou para participar do tributo da cantora de jazz Cassandra Wils0n à diva Billie Holiday.

Mas vamos a The Town. Para continuar na analogia futebolística, ela manda no jogo. Sua postura é do camisa dez que dita o ritmo do jogo e não erra um passe. Dominou a plateia c0m uma forte presença cênica, que incluiu a bandeira do Brasil no microfone e um figurino esvoaçante.

“Spiting in the Edge of the World”, faixa de sua safra mais recente, abriu a apresentação de modo exemplar: uma música comandada pelo teclado, que depois explode num rock de garagem. “Maps” foi outro destaque da performance e foi dedicada para ao Queens of the Stone Age, Dave Grohl (dos Foo Fighters) e Shirley Manson. Em “Heads Will Roll”, teve chuva de papel picado. De volta à analogia futebolística, alguns filisteus dirão que não foi tudo isso, pedirão uma análise do VAR. Mas no palco Skyline, o Yeah Yeah Yeahs foi craque pragmático que levou seu time para a goleada.

 

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