Victor Lou volta à Rocinha ‘assustado’ com popularidade após sair de Goiás
Sensação, DJ goiano diz ter sido salvo de 'alguns lugares' por causa da música


O DJ e produtor Victor Lou volta à Rocinha, um dos maiores e mais famosos bairros do mundo, para um show gratuito em que promete uma festa que seja “um movimento que muda a vida das pessoas”. No dia 12 de janeiro, ele regressa ao Rio de Janeiro um ano após lançar “Summer All Day 4” na mesma comunidade. Mas a saída de Goiás para se tornar relevante na eletrônica ainda o deixa surpreso. “É um pouco assustador para mim”, ele diz em voz mansa.
“A música foi muito importante na minha vida. Ela me tirou de alguns lugares que não me deixariam completar essa idade, que muitos amigos meus não chegaram a ter”, explica em entrevista à Billboard Brasil. “Quando a festa ajuda as pessoas a trazer um ideal, isso não tem preço. A ideia, no começo, era apresentar a eletrônica. Agora, é elevar o nível, mostrar que dá até para viver daquilo, que há uma referência. Quando eu comecei, não havia referências”, reflete.
Um dos principais nomes da música eletrônica comercial, Lou agora tem guinado sua música na direção do funk e, por isso, seu tech-house tem ficado mais grave. Em agosto, o artista se uniu ao DJ GBR e lançou o EP “Soca Soca do Submundo”.
“Eu acho que eu nem saberia explicar. Sabe quando você está fazendo uma comida e sente que está sem sal? E quando bota vê que está bom? Com música é a mesma coisa, é difícil de explicar. Mesmo explicando assim, são processos que podem ter levado cinco anos. Nosso intuito é fazer com que nosso sabor seja palatável para mais gente”, diz.
O evento marca o lançamento de “Summer All Day 6”, uma forma que Victor conseguiu de prolongar seu álbum de 2023 e criar imersões exclusivas em suas pesquisas que vieram após o disco. Em 2024, o evento lotou e fez 1500 pessoas testemunharem esse momento em que ele e um dos subgêneros mais populares da eletrônica no país vão mostrando novas formas de fazer eletrônica de massa. O artista pede a contribuição de um quilo de alimento não perecível.
“Essa mescla de coisas é muito regional, né? E quando você percebe que pode ir para um status nacional e até mundial, nossa, dá um susto. Quando eu saí do meu estado pela primeira vez foi uma quebra muito grande, memorável. É satisfatório saber que tem alguém que se importa com o moleque que estava lá no quarto, tentando”.