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Um novo dia para Baekhyun, astro do kpop

Um novo dia para Baekhyun, astro do kpop

Avatar de Isabela Pacilio
Baekhyun

Realidade, controle e percepção são os temas centrais de “O Show de Truman”, filme estrelado por Jim Carrey em 1998. No longa indicado a três Oscars, o ator interpretou Truman Burbank, cuja vida é um reality show –só que ele não sabe.

Quando descobre a mentira, começa a buscar a verdade e a liberdade além do mundo controlado onde vive. Mais de 25 anos depois, as reflexões do longa-metragem continuam atuais. Inclusive para a indústria da música.

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Para Baekhyun, um dos maiores solistas e uma das grandes estrelas do kpop, elas serviram de inspiração para seu primeiro álbum em mais de três anos, “Hello, World”.

O disco simboliza a descoberta de possibilidades e um recomeço –como Truman, no final do filme, quando abre a porta do estúdio e, finalmente, consegue deixar o reality. É que, finalmente, aos 32 anos, o cantor assumiu as rédeas da própria carreira. Mas, diferentemente de Truman, as duas vidas de Baekhyun (pessoal e profissional) estão entrelaçadas.

“Não há muita diferença entre eu mesmo e minha vida como ídolo. Sou assim desde a infância. Sempre gostei de música e de fazer as pessoas rirem. Essa carreira é perfeita para mim”, ele diz, em entrevista para a Billboard Brasil.

Baekhyun
Baekhyun (INB100/Divulgação)

Na adolescência, começou a fazer aulas de canto e piano. Teve banda na escola e até ganhou competições em sua cidade natal, Bucheon, a apenas 20 quilômetros de Seul, a capital da Coreia do Sul.

O sonho se transformou em realidade em 2011, quando entrou para a empresa SM Entertaiment, uma das gigantes do kpop. Pouco depois, o cantor estreou como integrante do grupo EXO. “A experiência que você tem antes de estrear se torna a base da sua carreira… E eu não tive isso. Foi muito difícil”, explica.

O cantor foi trainee da empresa por menos de um ano até debutar com o EXO. Nesse período, os candidatos fazem aulas de canto, dança e passam por dezenas de testes, até serem considerados prontos para a tão aguardada estreia. Há ídolos de kpop que passaram até dez anos nesse processo.

“A razão pela qual eu me esforcei tanto é que eu queria fazer as pessoas felizes. Quero ter memórias boas com quem me admira”, define o cantor.

Baekhyun vem colocando seus planos em prática nos últimos 12 anos: o EXO se tornou um dos principais grupos do gênero. Em 2018, entrou para o “Guinness Book”, o livro dos recordes, como o grupo de kpop com o maior número de Daesangs, o prêmio de excelência da Mnet Asian Music Awards.

Eles ganharam na categoria de álbum do ano de 2013 a 2017. Nos charts, emplacaram quatro álbuns no Billboard 200 e ficaram em nono lugar entre os cem artistas mais ouvidos em 2018.

Baekhyun
Baekhyun (INB100/Divulgação)

Fora da Coreia do Sul, foram indicados ao AMA e EMA, da MTV, e também ao Billboard Music Awards. “Love Shot”, “Monster”, “Ko Ko Bop”, “Call Me Baby”, “Growl” e “Tempo” estão entre os maiores hits do grupo. Há cinco anos, Baekhyun bifurcou a trajetória e se tornou solista, lançando o EP “City Lights”.

“Sempre que desço do palco, procuro ver onde posso melhorar. Foi assim durante a minha vida inteira. É um hábito. Percebi estes dias o quão rigoroso sou comigo mesmo. Acho que o meu ‘eu’ interno deve estar cansado e sofrendo [risos].” Mas a rigidez de Baekhyun é encarada de forma positiva. “Eu sou muito otimista. Acho que isso é algo que veio dos meus pais. Mesmo se tenho algum pensamento negativo, eu o esqueço rapidamente”, garante.

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Desde o início de 2024, Baekhyun é o responsável pela direção da própria carreira. “Good Morning”, a canção que abre seu quarto miniálbum, “Hello, World”, resume bem sua nova fase: “O que era imaginação se torna realidade/ Finalmente, estamos juntos/ Todos os dias, em todos os palcos”, ele canta.

“Tenho muito mais responsabilidades agora. Sinto que preciso organizar meus pensamentos sobre o que já senti e já fiz. Agora, é focar no que preciso fazer no futuro. Pensar no que é o meu diferencial em relação a outros artistas”, avalia.

“A diferença desse disco é que pude participar de todos os processos desde o comecinho. Eu nem sabia os detalhes de como os álbuns eram feitos, mas me aprofundei completamente e senti que cresci com essa experiência”, completa.

Questionado sobre arrependimentos ao longo da trajetória, o cantor prefere relembrar o caminho, mais uma vez, com otimismo. “Não mudaria nada. Tudo pelo que passei me transformou no que sou hoje. Faria tudo de novo.”

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Baekhyun, do EXO (INB100/X/Reprodução)

Mesmo com 12 anos de carreira, Baekhyun segue fazendo aulas de canto: seu timbre é um dos mais marcantes do kpop, e ele atinge agudos como ninguém. Entre os apelidos que ganhou dos fãs está “Voz de Ouro”.

“Há tantos artistas ótimos no mundo. Se eu os conheço, não tem como não ser humilde e não ficar com o pé no chão. Eu nem me acho tão talentoso assim, só treino muito.”

A prática leva à perfeição. Em março deste ano, Baekhyun cantou à capela os hinos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul na abertura da turnê mundial da Major League Baseball.

A performance foi exaltada pela imprensa no exterior e nas redes sociais, incluindo elogios da própria liga de beisebol norte-americana.

“Minha existência é tão pequena, do tamanho de um alfinete, neste mundo todo. Me sentir pequeno assim me lembra o quanto eu tenho que melhorar”, reforça.

“Trabalho duro é sempre recompensado. Se eu me esforçar em algo, algum resultado vou ter. É como treinar para uma corrida… Talvez não me torne o mais rápido do mundo, mas minhas pernas ficarão fortes e serei mais saudável. Alguns resultados podem não ser visíveis, mas coisas boas sempre vão acontecer.”

Conhecido também pelo carisma, o cantor ainda acrescenta, dando risada: “A parte mais desafiadora [de ser um ídolo] é não poder comer todas as comidas deliciosas que eu quero!”, ele ri. “Pode comer sim!”, respondo.

Antes de encerrar a ligação em vídeo, Baekhyun lamenta ainda não ter visitado o Brasil. “Sei que os fãs brasileiros são muito apaixonados. Quero sentir essa paixão. É a coisa mais triste da minha vida não ter ido ainda. Não posso dar uma data, mas se houver uma oportunidade… Irei!”.

Esta reportagem está na edição #11 da Billboard Brasil; veja aqui.

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