Só em 2024, a carioca Marina Pereira já acumula mais de 40 shows em sua lista. Ela acompanha a tendência do mundo, que, pós-covid 19, empolgou-se em acompanhar show atrás de show, festival após festival. O relatório anual de turnês da Billboard aponta recordes globais de arrecadação e público em eventos de música. O público aumentou, em 2023, 27% se comparado a antes da pandemia.
Mas Marina sempre foi considerada uma superfã pela família, pelos amigos e até pelos colegas de trabalho – ela é responsável pelo atendimento ao cliente na Kuba Audio.
A analista, de 35 anos, teve uma adolescência comum para os anos 1990: Sandy e Junior foram os responsáveis por sua primeira idolatria juvenil. “Na época, eu tinha muitas pastas com fotos e outras coisas que comprava na banca de jornal. Hoje, não tenho espaço para nada [risos]”, diz ela à Billboard Brasil.
Além das coleções –que também incluem itens de atores da Marvel e cards de Fórmula 1 –, Marina é conhecida pelas loucuras tradicionalmente cometidas por fãs. A primeira vez que ficou plantada na frente de um hotel, por exemplo, foi em 2011, no Rio.
“Minha mãe era professora e dava aula para um menino. Ele achava que o Evanescence estava em um hotel no Leblon, na época do Rock in Rio, e me chamou para ficar lá na porta. Mas quem estava hospedado lá era o Maroon 5, que tive a chance de conhecer.” Desde então, a carioca já foi a 11 shows da banda de Adam Levine, seu artista mais assistido.
Ela já acampou, dormiu em filas e até viajou escondido de avião para ver o Maroon 5 em São Paulo (fingindo que dormiria na casa de uma amiga em um bairro distante).
“Brincam que meu primeiro emprego é ser fã. Um superfã está disposto a fazer loucuras e apoia o artista independentemente de qualquer coisa. Mas não sou a favor do pessoal que briga na internet. Prefiro dizer que sou fã solo. Gosto do artista sozinha.”
Mais especiais do que as memórias feitas com seus ídolos –incluindo Harry Styles, Backstreet Boys, Ed Sheeran e Jonas Brothers –, foram os momentos ao lado da mãe, Beth, e da avó Maura. Ambas já faleceram.
“Um grupo que eu ainda não escutei sem minha mãe é o Il Divo. Ela gostava muito, e tenho os DVDs e CDs até hoje, porque fazem parte das minhas memórias com ela. Minha mãe também era apaixonada por escolas de samba. Na época que não tinha sambódromo, ela ia segurar corda para assistir aos desfiles. Ainda não consigo ver na TV, é um processo lento”, explica.
“Antes de falecer, a minha avó estava juntando dinheiro para me dar o ingresso do show dos Backstreet Boys. Ela queria que eu visse meu integrante favorito, o Kevin. Fui à apresentação e tive a oportunidade de contar isso para ele. Foi muito especial.”
*Este texto foi originalmente publicado na edição #11 da revista Billboard Brasil, cujas capas são estampada por Caetano Veloso e Maria Bethânia, Mariah Carey e Xamã. Saiba mais sobre esta edição.