Aos 15 anos, o carioca Leonardo Storch já era referência no que é ser fã de uma diva pop e comandava um site sobre Britney Spears. O único problema era: apesar de saber tudo sobre setlists, figurinos, falas e performances, ele nunca tinha ido a nenhum show na vida. O primeiro foi exatamente a apresentação de Britney Spears no Rock in Rio 2001, o primeiro do século 21, depois de dez anos de hiato.
Hoje, o designer, de 39 anos, lembra emocionado a experiência e a sua conexão com o festival. A edição foi marcante também para Britney, que descreveu a passagem pelo Brasil naquela ocasião como um de seus momentos mais felizes, no seu livro “A Mulher em Mim”.
Em 2001, Léo estava acostumado a conectar fãs de todo o país e a promover discussões sobre música, em um tempo ainda sem rede social. Por isso, a preparação para o show envolveu, claro, um encontro de fãs, em um shopping da mesma região da antiga Cidade do Rock. “Foi um momento em que eu pude trazer amizades do virtual para o real. Pessoas que conhecia pela internet se materializaram. Conheci amigos de Fortaleza, São Paulo e do próprio Rio.”
Em entrevista à Billboard Brasil, Léo se emociona ao lembrar com detalhes dos dias que antecederam o encontro com Britney no palco. Ele apareceu em reportagens de TV, fez plantão em aeroporto e hotel e até chorou com as tentativas frustradas de se aproximar de Britney, na época.
Mas Léo morava no Recreio, zona oeste do Rio, bem perto de onde acontecia o Rock in Rio. E finalmente a sorte sorriu para ele: “Um dia antes do show, eu me debrucei no muro de casa, nos fundos, e ouvi ela passando o som. Foi incrível”.
A partir dali, tudo seria sobre o show de Britney. Mesmo com o cansaço da espera e com outros artistas legais no line-up, ele não conseguia pensar em nada mais. Hoje, se arrepende um pouco de não ter assistido a outras apresentações clássicas. Mas, na época, não tinha como: ele esperou o show com amigos bem na frente do palco.
E 20 anos atrás, os perrengues eram os mesmos de hoje: muito calor, gente passando mal, pessoas nos ombros de outras. Mas tudo valeu a pena pelo êxtase ao ver Britney no palco.
“Naquela época, era mais raro ter shows internacionais no Brasil, e o fato de ser da Britney, que estava em um momento maravilhoso da carreira, fez com que tudo fosse ainda mais especial”, relembra o designer.
As experiências que hoje marcam o festival, também já existiam naquela época, e Léo diz que lembra de tudo! A experiência focada em Britney fez ele se apaixonar, depois, pelo Rock in Rio como um todo.
“Após essa primeira vez, fui a todos os Rock in Rios até me mudar para Lisboa, onde moro hoje. Foi meu primeiro show e meu primeiro festival. Hoje, já estive em muitos, mas o Rock in Rio tem um lugar muito especial na minha vida e no coração”, ele diz. E completa: “Todo mundo tem que ir pelo menos uma vez. Para mim é uma experiência nostálgica”.
Britney teve tanta influência na vida dele que, hoje, trabalha como designer exatamente pela primeira experiência lá do início do século, cuidando de um site dedicado à cantora. Anos depois, realizou o sonho que tanto buscou nas ruas do Rio e conheceu a diva pop.
Mas não esquece tudo começou na Cidade do Rock. “O Rock in Rio com certeza ocupa memórias maravilhosas na minha vida, mas especialmente o de 2001. Aconteceu da melhor forma. Eu só tenho memórias positivas, que eu quero continuar colecionando”, se emociona Léo.