fbpx
Você está lendo
Revelação do Amazonas, Karen Francis constrói própria identidade com a música

Revelação do Amazonas, Karen Francis constrói própria identidade com a música

Cantora de 22 anos é uma das atrações confirmadas no AFROPUNK em 2023

Avatar de Isabela Pacilio
Karen Francis

Identidade e liberdade são palavras que definem a trajetória de Karen Francis. A cantora de 22 anos, que é uma das revelações da música amazonense, funde elementos do afrobeat e da Nova MPB para construir um estilo musical próprio.

A artista é uma das atrações do AFROPUNK, festival que acontece em novembro em Salvador, na Bahia, e foi um dos destaques do Primavera Sound São Paulo em 2022.

VEJA TAMBÉM
Anitta segue entre as mais ouvidas do país com faixas do álbum 'Funk Generation'

Nascida em uma família cristã em Maués, interior do Amazonas, Karen começou a cantar aos quatro anos. Seu pai brasileiro e sua mãe moçambicana compartilhavam a paixão pela música e a incentivaram a desenvolver a habilidade vocal no coral da igreja.

“Lembro de chorar de emoção quando ouvia música. Também chorei porque queria um rádio só para mim e depois chorar por querer um celular que só tocasse música”, diz a cantora em bate-papo com a Billboard Brasil.

Cred. Ramon Italo
Karen Francis Foto: Ramon Ítalo

Anos depois da primeira apresentação com o coral, Karen aprendeu a tocar violão e compôs suas primeiras letras. Viajando pelo estado ao lado do pai, que era missionário, a jovem viu na música a possibilidade de crescimento.

“Eu tinha um amor e um conforto muito grande na música. Ela me consolava das minhas dores. As pessoas não ligam muito para os sentimentos das crianças, mas eu já sentia muito. Queria fazer isso pelo resto da vida.”

A música serviu de porto seguro para expressar Karen os sentimentos da infância e da adolescência, incluindo sua identidade como mulher lésbica e seus relacionamentos.

“Minhas primeiras composições falavam de Deus, mas principalmente da minha visão das relações. Eu sentia muita melancolia”, compartilha. Como exemplo, Karen cita a composição de “Canta Passarinho”.

“Viajei com meu pai e estava muito mal na época. Eu tinha me assumido e minha família não tinha aceitado muito bem. Lembro que fiquei sozinha no quarto do hotel, chorando no escuro e comecei a escrever ‘Canta Passarinho’. As pessoas acham que é sobre qualquer outra coisa, mas não sobre isso. Foi uma das músicas mais difíceis da minha vida.”

A cantora também destaca a importância de se divertir com sua música e compartilhar sua mensagem com o mundo. Ela busca não apenas refletir sobre suas experiências pessoais, mas também conscientizar e provocar reflexões nas pessoas que a ouvem.

“Minha música nasce no meu bairro, na minha rua, mas tem o potencial de alcançar o mundo”, diz Karen. Sua arte busca romper estereótipos e representar a diversidade da negritude amazônica, desafiando a negação da identidade negra que ainda persiste na região.

Na sexta-feira (1), Karen lançou o disco “Anos Luz”. “Eu quero que as pessoas ouçam de peito aberto, para me conhecerem um pouco mais”, convida Karen. “É um álbum sobre amor, sonhos e a necessidade de virar o jogo para a juventude negra, buscando reparação e justiça”. O projeto reúne oito músicas calorosas que passeiam pelo pop, R&B e afrobeats.

Karen Francis
Karen Francis Foto: Dighetto

Mynd8

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
Todos os direitos reservados. By Zwei Arts.