Recusando imitações, Silva e Zélia Duncan vão homenagear Tim Maia e Gal Costa no PMB
Billboard Brasil conversou com cantores sobre apresentação no evento
O Prêmio da Música Brasileira, no dia 12 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, prestará um tributo a Tim Maia, que morreu em 1998. O evento terá 11 apresentações inéditas de clássicos do cantor, permeando todas as fases de sua carreira, das primeiras canções em inglês, até os grandes hits disco-soul, passando por seu vasto repertório romântico.
A convite do diretor e apresentador do prêmio Zé Maurício Machline, Zélia Duncan e Silva cantarão juntos “Um Dia de Domingo”, canção de Michael Sullivan gravada originalmente por Gal Costa e que depois ganhou uma versão de Tim Maia. Ambas foram um sucesso estrondoso.
“É interessante pensar que a voz grave da dupla vem de uma mulher e a voz mais aguda vem de um homem”, explica a cantora para a Billboard Brasil. “Vamos certamente fazer uma leitura completamente diferente da incrível versão original, sempre celebrando as vozes dos dois”, ela acrescenta.
Silva frisa que a intenção não é imitar nenhum dos dois.
“Me parece uma missão impossível fazer a voz do Tim e da Gal [risos], talvez as duas vozes mais marcantes do Brasil. Homenagens, a meu ver, são mais bem prestadas quando a gente faz do nosso jeitinho”, explica o cantor, que garante que não tentará emular a cantora, morta em 2022. “Eu tive a chance de conviver um pouco com Gal e posso afirmar que ela detestaria ver alguém imitando sua voz.”
Ensaios virtuais
Apesar de o compositor morar no Espírito Santo e Zélia no Rio, os ensaios já começaram à distância. “Nada que ‘facetimes’ e ‘zaps’ não resolvam! Estaremos ao vivo em breve! E ainda teremos o luxo da presença e do violoncelo de Jaques Morelembaun”, revela a cantora sobre a apresentação.
“Zélia e eu estamos trocando figurinhas, achando o tom certo e a onda da nossa versão. Eu faço algo no piano, envio para ela, ela me diz se gosta, se o tom está adequado e por aí vai”, acrescenta o cantor.
Silva, que lançou um novo álbum autoral recentemente, ressalta a importância de Tim Maia para a sua carreira.
“Já me disseram que sou muito canceriano, mas não acredito que seja por isso, mas sempre que eu ouvia algo do Tim Maia, mesmo sendo criança, eu tinha vontade de chorar”, ele conta.
“Aquela interpretação sempre me soou diferente de todo mundo. A escola de canto dele é totalmente diferente da minha, claro, até porque quem me dera ter uma voz daquela grandeza. Posso afirmar que, como um músico brasileiro, eu não poderia ficar imune à grandeza e genialidade desse artista que ,quando canta, muda a atmosfera do ambiente e assim continua a se projetar para a história.”