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Quincy Jones foi tão grande na música quanto era como ser humano

Quincy Jones foi tão grande na música quanto era como ser humano

Maestro e produtor era conhecido pela defesa de causas sociais

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Michael Jackson e Quincy Jones

Quincy Jones (1933-2024) foi muitos num único ser humano: foi jazz, soul, funk e hip hop. Produziu seriados como “The Fresh Prince of Bel-Air”, que revelou um certo Will Smith, e o humorístico “MadTV”. No mercado editorial, foi dono da “Vibe”, revista que acompanhou o crescimento da música afro-americana nos Estados Unidos nos anos 1990. E mais do que nunca, foi um defensor dos direitos dos músicos negros americanos: quando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deu um migué para não incluir a trilha de “Shaft”, de Isaac Hayes, na premiação do Oscar, foi Quincy quem bateu o pé e até ameaçou um boicote para a canção ser incluída. Quando a briga entre rappers da costa leste e oeste dos Estados Unidos culminou nas mortes de 2Pac Shakur e Notorious B.I.G., ele clamou pelo fim da rivalidade fatal na capa e no editorial da sua “Vibe”.

Quincy Jones levou à risca os ensinamentos de Nadia Boulanger (1887-1979), compositora francesa que teve como alunos nada menos do que os compositores Igor Stravinsky (1882-1971), e Leonard Bernstein (1918-1990) e o pianista Daniel Barenboim, entre outros.

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“Ela dizia que minha música nunca poderia ser menos do que sou como ser humano.” E nesse ponto, Quincy foi enorme. Nascido em meio à pobreza na parte sul de Chicago, ele angariou 28 prêmios Grammy (concorreu a 80 deles) e foi o primeiro afro-americano a ser indicado a um Oscar de melhor canção –”The Eyes of Love”, tema de “Um Homem em Leilão”, de 1967.

O jazz foi a primeira porta de entrada de Quincy Jones no universo da música. Trompetista de formação, ele teve como amigo de adolescência nada menos que Ray Charles (1930-2004) e trabalhou como arranjador das orquestras de Lionel Hampton (1908-2002) e Count Basie (1904-1984). Ele ainda se tornaria regente, liderando nada menos que a orquestra de Frank Sinatra (1915-1998).

Jones, enquanto homem da música, nunca teve preconceitos. Em 1961, assumiu a vice-presidência da gravadora Mercury e produziu, entre outros, “It’s My Party”, single da cantora Lesley Gore (1946-2015), que atingiu o primeiro lugar na parada dos Estados Unidos.

Suas criações para o cinema exploraram diversos gêneros musicais –o jazz sombrio de “O Homem do Prego”, no qual o ator Rod Steiger (1925-2002) faz o papel de um sobrevivente do Holocausto, ao funk de “Na Calada da Noite, produção estrelada por Sidney Poitier (1927-2022).

Quando se bandeou de vez para o universo pop, produziu discos preciosos de artistas como o guitarrista George Benson e The Brothers Johnson.

Durante a produção da trilha sonora de “The Wiz – O Mágico Inesquecível”, de 1978, conheceu o cantor  Michael Jackson (1958-2009). Foi um dos casamentos musicais mais felizes do século 20. Juntos, criaram “Off the Wall” (1979) e “Thriller”(1982), o disco mais vendido no mundo em todos os tempos –teve ainda “Bad”, de 1987, mas a parceria já tinha desandado.

A sua discografia pop inclui discos clássicos como “The Dude”, de 1981, e “Back on the Block” (1989), onde é saudado pela nata do hip hop daquele período. E só um sujeito como Quincy Jones conseguiria reunir uma nata de estrelas para gravar “We are the World”, canção do projeto USA for Africa, que tocou no mundo inteiro em 1985.

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