Polícia prende suspeito de envolvimento no assassinato de Tupac Shakur
Keffe D se diz a última testemunha viva de tiroteio em Las Vegas
Pela primeira vez, um suspeito pela morte de Tupac Shakur foi preso. Na manhã de sexta-feira (29), a polícia de Las Vegas, nos Estados Unidos, fez envolvendo um dos casos mais comentados na história da música. As autoridades prenderam Duane “Keffe D” Davis por conexão com o tiroteio que matou Tupac Shakur em 7 de setembro de 1996. A notícia foi veiculada pela Billboard.
A polícia de Las Vegas fez a prisão, mas ainda não anunciou as acusações exatas pelas quais Keffe D foi detido, de acordo com a Associated Press.
O assassinato do lendário rapper intriga as autoridades e fascina o público há quase 30 anos. Toda essa mística gerou uma série de documentários, séries de TV investigativas, livros e teorias sobre quem matou o MC, que tinha apenas 25 anos e hits como “All Eyez On Me” e “Changes”.
Quem é suspeito pela morte de Tupac?
Keffe D, de 60 anos, faria parte da gangue South Side Compton Crips. Ele é tio de Orlando “Baby Lane” Anderson, há muito considerado o principal suspeito no assassinato de Tupac.
Baby Lane foi agredido pelo rapper e seu grupo na noite do assassinato de Tupac. O motivo? Baby Lane teria roubado uma corrente da Death Row [a gravadora de Tupac] em um shopping de Los Angeles, em julho de 1996.
Embora Baby Lane tenha negado qualquer envolvimento no assassinato de Tupac, ele foi baleado e morto em 1998, aos 23 anos, em um tiroteio de gangues. Ele nunca foi formalmente acusado pelo assassinato.
Em julho desse ano, a polícia fez buscas na casa de Duane Davis, o Keffe D, mas não informou o motivo da investigação ou o que achou no local.
Em um mandado obtido pela “NBC News” na época, as autoridades investigaram dispositivos eletrônicos, computadores, gravações de áudio, entre outros itens.
Como Tupac Shakur morreu?
Tupac foi baleado dentro de uma BMW preta que o fundador da Death Row Records, Marion “Suge” Knight estava dirigindo. O carro estava parado em um semáforo perto da Las Vegas Strip. Naquela noite, Mike Tyson lutaria na cidade norte-americana conhecida pelos cassinos.
Um Cadillac branco parou do lado do passageiro, onde estava Tupac, e alguém de dentro do veículo disparou 14 tiros. Tupac foi levado às pressas para um hospital próximo, atingido por quatro tiros. O rapper morreu uma semana depois.
O caso gerou uma série de teorias da conspiração sobre o assassinato, incluindo alegações de que estava ligado ao assassinato igualmente não resolvido de Notorious B.I.G. Biggie, como era conhecido, morreu em Los Angeles em 9 de março de 1997, como parte de uma rivalidade de rap da Costa Leste-Costa Oeste alimentada pela mídia.
Em 2018, Keffe D afirmou em um episódio do “BET’s Death Row Chronicles” que sabia o nome do assassino de Tupac. Ele não confirmou o nome, embora tenha dito que seu sobrinho poderia ter sido o atirador. Agora que foi preso, é possível que o suspeito colabore para a resolução do caso.
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Em seu livro, “Compton Street Legend”, Keffe D também alegou que estava no Cadillac na noite do tiroteio. Ele se descreve como a última testemunha viva do crime. Nenhuma prisão havia sido feita anteriormente na investigação.
Declaração mudou rumo das investigações
O detetive aposentado Greg Kading, que passou anos investigando o assassinato de Tupac e escreveu um livro sobre o assunto, entrevistou Keffe D em 2008 e 2009. As entrevistas fizeram parte da investigação da polícia de Los Angeles sobre os assassinatos de Tupac Shakur.
Kading disse à AP que achava que a investigação de Tupac ganhou reforço com a descrição do papel de Keffe D em sua biografia. “Esses eventos deram a [polícia de] Las Vegas munição e alavancagem para avançar”, disse Kading à AP antes da prisão de Keffe D.
“Antes das declarações públicas de Keefe D, os casos eram inacusáveis conforme estavam… Ele se colocou diretamente no centro da conspiração. Ele adquiriu a arma, entregou a arma ao atirador e esteve presente no veículo quando caçaram e localizaram tanto Tupac quanto Suge [Knight].”