Lindos looks, bateria extra de celular, fotos e vídeos, novas amizades. Os ídolos da pista cuidam de cada detalhe para que a experiência de curtir o Rock in Rio do gramado seja inesquecível. E quem garante que a estrutura, a experiência e a música em si sejam as melhores possíveis?
A equipe da Rock World, que comanda o festival, com sete dias, cerca de 500 horas e um público de mais de 730 mil pessoas, vindas de 31 países diferentes.
O line up deste ano contou com 750 artistas, distribuídos em sete palcos. Uma seleção árdua, dentro de um quebra-cabeça sofisticado. Para Zé Ricardo, vice-presidente artístico da Rock World, montar tantos dias de evento é uma busca eterna por harmonia.
“O projeto de curadoria de um evento magnânimo como o Rock in Rio precisa de um equilíbrio entre o que público quer e o que ele não sabe que quer. Um festival é sobre ampliar visões de mundo, sobre descobertas e liberdade. Por isso, sempre será uma experiência única”, avalia o curador do evento musical.
Uma palavra define a desafiadora missão de selecionar quem vai subir aos palcos do Rock in Rio: exigência. Zé Ricardo avalia que manter a confiança construída com o público é fundamental, e é possível graças aos seguintes pontos: talento, tendências, revelação e homenagem.
“O público precisa ter desejos atendidos e, ao mesmo tempo, ser surpreendido pelo projeto de curadoria do festival”, diz.
E a curadoria também é responsável por elencar os artistas e definir horários que façam sentido para a história a ser contada em cada um dos dias de festa –ainda que algumas escolhas, a princípio, não agradem a todos.
“Eu tento trazer mensagens subliminares através de um line up. Contar histórias utilizando os artistas como protagonistas. O público pode não saber verbalizar essa construção artística, mas ele sente”, define.
Sustentabilidade engajada
Entre um show e outro, o que faz sucesso no Rock in Rio são as experiências espalhadas por toda a Cidade do Rock. Uma delas já viralizou no TikTok nos primeiros dias: a troca de resíduos recicláveis por brindes, que podia ser até uma caixa de som portátil. A ação fez parte de um plano muito maior para unir sustentabilidade e bem-estar do público.
Roberta Medina, vice-presidente executiva da Rock World, explica que foi criado um “plano abrangente de acessibilidade, pluralidade, governança, segurança e bem-estar, mobilidade sustentável, uma rigorosa gestão de resíduos”, que causaram impacto social positivo.
As operações com copos reutilizáveis e de descarte correto dos copos plásticos –que poderiam ser levados até estandes de reciclagem e trocados pelos tais brindes– reduziram em 14 toneladas os resíduos gerados, afirma a vice-presidente executiva. Roberta explica que o envolvimento das pessoas é a melhor forma de incentivo, para além dos muros da Cidade do Rock.
“Uma grande parte do nosso impacto vem das escolhas que o público faz. O Rock in Rio tem um poder muito grande de mobilizar as pessoas e levá-las à conscientização, não apenas ambiental, mas também social. E assumimos o papel de usar essa influência para o bem. Ao lado de grandes marcas, trabalhamos dentro e fora da Cidade do Rock para ajudar a mudar o nosso entorno de forma mais decisiva”, conclui.
Marcas, brindes e valor real
O bom relacionamento com as marcas é um dos grandes atrativos para o público do festival, além das próprias atrações musicais. Graças a essas parcerias, os fãs podem receber brindes, se divertir em brinquedos radicais, ter momentos únicos e experimentar cardápios variados nos estandes de alimentação.
Rodolfo Medina, Vice-Presidente de parcerias da Rock World, diz que o segredo é criar “ativações e brindes que sejam interativos, divertidos e memoráveis”. A escolha das marcas, ele explica, também não é trivial.
“As parceiras são escolhidas para agregar valor real à experiência do festival, indo além da publicidade. Elas desenvolvem ações que envolvem o público de maneira autêntica. Tudo é pensado para que as pessoas sintam que estão ganhando algo especial, enquanto as marcas reforçam sua presença de forma criativa e relevante.
Em relação aos brindes, Rodolfo acredita que o sucesso se deve ao fato de eles unirem criatividade, emoção e experiência.“É importante que as marcas desenvolvam brindes que reflitam a essência do fã e que sejam, de alguma forma, colecionáveis ou úteis durante o evento, como um copo, uma jaqueta, um boné, um ventilador de mão, uma cordinha de celular.”
O mesmo vale para as ativações:
“Desafios ou jogos podem tornar a experiência mais divertida e criar um desejo ainda maior pelos brindes. Assim, as marcas conseguem engajar o público de forma única, enquanto entregam algo memorável para o consumidor”.
Bem-estar, tecnologia e conforto
Encaixar todas as experiências que fazem a Cidade do Rock ser tão atrativa é como montar um grande quebra-cabeça, afirma o CEO da Rock World, Luis Justo. Afinal, são 1.020 banheiros, 176 pontos de hidratação e 90 mil m² de grama para descanso numa área total de 700 mil m². O compromisso principal, ele afirma, é transmitir acolhimento e conforto.
“A tecnologia tem sido grande aliada nesse processo. Até mesmo a localização dos palcos pode ser revista para abraçar a grandiosidade que aquele espaço ganhou. É essa combinação de logística, tecnologia e sensibilidade que permite que o público sinta que cada parte do festival foi desenhada para oferecer o máximo de conforto, sem perder a magia de estar em um lugar tão especial”, afirma.
Em 2024, por exemplo, os banheiros contavam com alerta de ocupação via LED. Ou seja, antes de entrar, já era possível saber se a fila ia demorar e se era melhor partir para outro banheiro. “Essas soluções são fruto de um planejamento cuidadoso que vem de uma escuta ativa e de uma tecnologia com base em dados, que tem o objetivo de melhorar a cada edição a experiência do público”, explica Justo.
A tecnologia também esteve presente no inédito aplicativo do Rock in Rio, pelo qual era possível comprar comida antecipada sem filas, conferir a programação de shows e agendar idas aos brinquedos por geolocalização –ou seja, sem precisar estar perto do brinquedo, bastando estar na Cidade do Rock.
“Os nossos fãs são sempre muito ouvidos, e conduzimos pesquisas antes, durante e depois do festival, em parceria com o Instituto GFK. Além disso, temos o cuidado de escutar o público tanto nas redes sociais quanto nos canais proprietários, que nos mostram onde podemos evoluir. Essas informações nos ajudam a entender o que faz diferença na experiência das pessoas e a garantir que cada edição seja melhor do que a anterior.”