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Mercado: qual é o futuro dos festivais brasileiros?

Mercado: qual é o futuro dos festivais brasileiros?

Juli Baldi, do Mapa dos Festivais, reflete sobre o tema para a Billboard Brasil

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O Mapa dos Festivais nasceu no finalzinho de 2019, como uma plataforma que reúne, organiza e simplifica o acesso a informações sobre os festivais de música que cada vez mais acontecem por aqui, estimulando as pessoas a descobrirem o país por meio desses eventos. Logo depois ,veio a pandemia —e, sem festival, não existe o Mapa dos Festivais. Em 2022, os shows voltaram a acontecer e, desde então, temos acompanhado a efervescência dos festivais no Brasil de várias formas. Para os fãs, mapeando e organizando as informações sobre e ventos de todos os tamanhos, gêneros e locais do Brasil. Para os produtores, como um parceiro estratégico de criação de conteúdo e expansão de público para seus eventos.

Até agora, já catalogamos boa parte dos festivais que acontecem de Norte a Sul do país, o que nos dá uma boa noção do tamanho desse mercado que tanto carece de dados. Se em 2022 tivemos 125 festivais cadastrados no Mapa, em 2023 já ultrapassamos os 300, um salto de quase 140%. Neste ano, 49 realizaram a sua primeira edição, contribuindo para que em alguns meses, tivéssemos uma média de 40 eventos por mês passando pela nossa curadoria. Isso sem contar os finais de semana com mais de dez eventos acontecendo simultaneamente —como o dos dias 17 a 19 de outubro, por exemplo.

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Com isso, nos perguntamos:será que esse boom de festivais é sustentável? No contexto pós-pandêmico, além da demanda reprimida de público e do surgimento de novos festivais, temos a concorrência com turnês nacionais e internacionais, o que aumenta os preços de estrutura, logística e cachês. Para essa conta fechar, os produtores não dependem somente do consumo da audiência, é necessário apoio de patrocinadores e do poder público. A busca por essa sustentabilidade é difícil, independentemente do tamanho, da tradição e do formato, mas ela fica ainda mais complicada para os festivais pequenos ou de médio porte, que não são produzidos por grandes empresas ou conglomerados. Esse aumento de custos e de concorrência também atinge o público, que está pagando muito mais caro pelos ingressos e tendo que escolher a qual evento ir.

O que esperar de 2024? Já são mais de 50 festivais com datas confirmadas para o próximo ano. O maior desafio, além da sustentabilidade econômica, é produzir eventos com segurança e conforto diante das mudanças climáticas globais. Sem planeta, não há festivais e muito menos novos artistas e histórias para ficar na memória. Para nós, mais do que a força motriz da indústria damúsica, festivais são reflexo do espírito do nosso tempo. Queremos contribuir para a construção dos eventos que desejamos verpor aí: mais diversos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e sempre abertos para o novo.

*Juli Baldi é diretora criativa do Mapa dos Festivais e do Bananas Music

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