As apostas musicais da Billboard Brasil para 2024
Equipe da revista elegeu artistas brasileiros e internacionais pra ficar de olho


Mais um ano se foi, e outro ano veio… 2023 foi marcado por nomes como Ana Castela, Luan Pereira e as estrelas do funk, do trap e do rap que abrilhantam a capa da terceira edição da Billboard Brasil, com músicas que dominaram o Hot 100 e o Artistas 25, nossos amados charts. Para 2024, o time da Billboard preparou uma seleção de artistas para todos os gostos, que têm tudo para despontar na cena musical.
King Saints
Compositora de 11 das 13 faixas de “Afrodhit”, último álbum de IZA, e autora de “VIP” e “Anaconda”, de Luísa Sonza, indicado ao Grammy Latino, King Saints resolveu sair dos bastidores para investir ainda mais na carreira de cantora de trapsoul, como no seu mais recente single. Ela, que já havia soltado a voz ao lado de IZA em “Boombastic”, se apresentou no palco Favela do Rock in Rio, em 2019, a convite do rapper Marcelo Dughettu, e gostou dos holofotes. Cinthya Ribeiro dos Santos nasceu há 30 anos em Duque de Caxias. Bissexual e ativista LGBTQIA+, a cantora lançou dois singles solo neste ano: “Bitch Não Toca em Mim” e “Passa Essa Grana”, além de ter feito uma colaboração com Cleo em “Karma”. As faixas servem como esquenta para seu primeiro álbum, em 2024.
RIIZE
A indústria do kpop é responsável pelo lançamento de uma enorme safra de artistas todos os anos. Para 2024, a aposta é a chegada do grupo RIIZE, formado pela empresa SM Entertainment —responsável pela ascensão de BTS e Blackpink, só para ficar nos gigantes do gênero. O primeiro single do RIIZE, “Get a Guitar”, foi lançado em setembro, como uma homenagem ao Queen. Explodiu. Até o fechamento desta edição, o clipe da música contava com 40 milhões de visualizações só no YouTube. Tem dúvidas de que Shotaro, Eunseok, Sungchan, Wonbin, Seunghan, Sohee e Anton vão brilhar muito neste ano?
Melly
Surfando no R&B e na onda do trap, Melly chamou a atenção do grande público ao levar a estatueta de revelação no Prêmio Multishow, no mês passado. “Meus olhos marejam só de pensar que, apesar das dificuldades, estou aqui e estarei em todo lugar aonde a música me levar.” E olha que esse não foi o único destaque na carreira da baiana de 22 anos, nascida em Salvador. Ela fez parte do line up do festival Afropunk, dedicado à cultura negra e um dos mais importantes do mundo. O sucesso foi tanto que o público já pediu para ela voltar. Melly começou sua trajetória na música ainda na infância, por influência do pai. Foi justamente nessa época que ela se aventurou no piano, aos 6 anos. As aulas de violão começaram um pouco mais tarde. Desde então, grandes nomes da MPB, como Gilberto Gil, Tim Maia e Djavan, jamais saíram de suas playlists. Essa mistura de MPB e black music aparece em “Azul”, seu primeiro EP, já disponível. Para 2024, Melly se prepara para o lançamento de seu primeiro álbum, com previsão de chegar às plataformas ainda no primeiro semestre.
Gabriele Leite
O caminho de Gabriele Leite, 24, até o violão clássico começou na infância, quando ela ganhou de presente um CD com clássicos do violão solo brasileiro, gravado de forma caseira por um amigo da família. Ela escutava as gravações todos os dias, o que chamou a atenção da mãe para um possível talento musical. Afinal, não é todo infante que se interessa pelo tema. “Minha mãe começou a perceber meu amor por aquilo, e pssei a fazer aulas de música aos 6 anos, já com violão. É o único instrumento que eu sei tocar”, diz. Ela começou a praticar com a ajuda do Projeto Guri, iniciativa que oferece cursos gratuitos de música no interior de São Paulo —ela é natural de Cerquilho. A dedicação de Gabriele ao instrumento a levou para os Estados Unidos, país onde atualmente é doutoranda. No final do último novembro, ela lançou seu primeiro disco, “Territórios”. Na obra, exalta grandes nomes do violão solo, como Sérgio Assad e Heitor Villa-Lobos. “O mais importante para o projeto é acabar trazendo toda a trajetória de uma pessoa que veio de uma cidade pequena e está envolvida dentro da música clássica, dominada por homens brancos. É uma forma de mostrar o quão desafiadora foi a minha trajetória.”
Aguidavi do Jêje
Apostas não necessariamente têm a ver com artistas revelação do mundo da música. A orquestra baiana de percussão Aguidavi do Jêje, por exemplo, está na ativa há 19 anos, mas só agora lança seu primeiro álbum, homônimo ao grupo.
Capitaneada por Luizinho de Jêje, percussionista da prestigiosa Orkestra Rumpilezz, ao lado de jovens Ogans do Terreiro de Bogum, a orquestra escolheu justamente o local sagrado, um dos terreiros mais antigos de Salvador (e do Brasil, portanto), para gravar suas músicas. “A gente vem fazendo esse trabalho desde 2004, ensaiando muito. Ao longo deste tempo, sempre estivemos com a ideia de levar o projeto para a frente. A ideia era fazer algo inovador, com sua própria levada e o nosso ritmo”, conta Luizinho.Para seu début, eles contaram com a participação de Gilberto Gil na faixa “Violão de Cabeça”. “Ele gostou muito do projeto e, quando a gente convidou para o disco, ele topou na hora. É iluminado demais.”